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Para sermos mais amigos do ambiente, é necessário mudar muitos dos comportamentos que fazem parte do nosso dia-a-dia – nomeadamente, começar a fazer compras em lojas mais conscientes. Foi exactamente com esse pensamento – e depois de ver um documentário sobre a exploração massiva de ouro nos países em guerra e as más condições de trabalho dos mineiros –, que Inês Sousa decidiu criar a Quinlana, uma marca de joalharia sustentável, que utiliza ouro e prata reciclados.
A fundadora decidiu aproveitar a sua licenciatura em gestão de marketing para estudar o mercado e organizar ideias para, depois de muitos meses de preparação, lançar finalmente a marca, em meados de Maio. O resultado está à vista na loja online que é, para já, o único local onde pode comprar as suas jóias.
Como lhe faltava experiência na área do design, Inês decidiu colaborar com uma designer, que fez o logótipo da marca e que a ajudou a concretizar o desenho das peças. "Sentei-me com ela e fui-lhe explicando peça a peça o que queria, com detalhes, e ela foi produzindo em computador o que lhe dizia", explica. Além das jóias originais, também vai encontrar à venda online dois anéis e um par de brincos, que são produções da fábrica que faz a totalidade das peças, algo que aconteceu devido a uma necessidade de última hora.
Como utilizam materiais reciclados, nomeadamente ouro e prata, a marca assume-se como sustentável, já que durante a produção não é gerada "praticamente nenhuma poluição para o nosso planeta". Além disso, a produção acontece localmente, numa fábrica do Norte do país, chamada Ouronor.
Também os envios são feitos da forma mais verde possível, sem plástico, utilizando caixas feitas pela White Design Studio e embalagens de cartão da Kaska Pack, ambas empresas portuguesas que produzem localmente, com produtos reaproveitados.
A colecção Âme Soeur foi o primeiro lançamento da marca e conta com cinco modelos de brincos (desde 108€), quatro pulseiras (a partir de 130€), quatro colares (desde 186€) e cinco anéis (a partir de 107€), feitos com prata e ouro reciclados, alguns com aplicação de pedras como madrepérola e pérolas de água doce. São jóias que Inês descreve como "elegantes e sofisticadas", "delicadas e fortes ao mesmo tempo".
Quando chegou a altura de escolher mulheres para representar a marca, a fundadora decidiu não apostar em modelos profissionais. "Fizemos questão de procurar belezas naturais e de não utilizar Photoshop em qualquer fotografia. As mesmas passam por um tratamento, contudo, marcas de pele, sinais, manchas ou outros, não foram retirados."
Até ao final do ano, o plano é continuar a adicionar peças a esta colecção. Quando estiver terminada, não pretendem "voltar a produzi-la, a não ser, esporadicamente, um ou outro modelo que seja um bestseller". Outro objectivo é introduzir algumas jóias masculinas, para tornar a marca mais inclusiva.
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