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A Quinta de Vila Meã, conhecida como Quinta do Mitra, está a ser requalificada e transformada numa área pública, de fácil acessibilidade e de expansão de continuidade do parque urbano que enquadra o futuro Terminal Intermodal de Campanhã. A intervenção, que teve início esta semana, visa a requalificação e modernização do espaço exterior e interior. O edifício será totalmente transformado e requalificado, com um investimento municipal a rondar os 1,2 milhões de euros.
Os trabalhos incluem "a revisão e reforço periférico da sua estrutura, a substituição integral dos pisos e vigamentos de telhado, tratamento e recuperação dos paramentos de pedra, novas caixilharias e acabamento do telhado, bem como o tratamento acústico, térmico e de ventilação de todo o edifício", anuncia a Câmara Municipal do Porto. A Quinta do Mitra passará também a ter "um pequeno auditório polivalente, com cobertura em caixilharia envidraçada, uma grande clarabóia que enfatiza a teatralidade do espaço e a sua memória".
Será também restaurada a única sala encontrada no seu estado original, conservando a sua integridade geométrica e linguagem oitocentista, mantendo a maceira original e repondo as guarnições, rodapés, portadas e janela com o desenho original, marcando assim a memória do palacete. A duração prevista da empreitada é de 15 meses, com a GO Porto a estimar a conclusão da obra em Abril de 2023.
Recorde-se que a Quinta de Vila Meã foi construída e habitada pela família Vieira entre os séculos XIV e XIX. Ao longo dos séculos, foi afectada e desmantelada devido à construção da linha de caminho-de-ferro e dos acessos viários da envolvente da cidade, a Via de Cintura Interna (VCI). A quinta englobava a casa nobre, uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Anjos, jardins, pomar, lago, fontes (uma delas encontra-se actualmente nos jardins do Palácio de Cristal), casas para caseiros e ainda mais de 25 propriedades.
Por volta de 1920, foi vendida à família Mitra, razão pela qual é também conhecida por Quinta do/da Mitra. Acabaria por passar a propriedade da Câmara Municipal do Porto, que construiu nos seus terrenos um bairro social de casas pré-fabricadas nos anos 1980. Em 2011, foi transformada em quinta pedagógica pela associação Terra Solta, que começou a reabilitar o espaço e desenvolveu actividades ligadas à jardinagem e agricultura sustentável em ambiente urbano, que agora estão a ser continuadas na Quinta Pedagógica de Campanhã.
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