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Bilhetes, discos, figurinos utilizados em concertos, prémios, fotografias nunca antes vistas e instrumentos tão simbólicos como o acordeão utilizado para gravar “Dunas”. No Arrábida Shopping, em Vila Nova de Gaia, há uma exposição que viaja pelos primeiros 45 anos de carreira dos GNR, uma das bandas nacionais de maior sucesso. Com entrada gratuita, a exposição está disponível até 21 de Outubro e conta, em mais de 70 peças, a história e os feitos da banda composta por Rui Reininho, Toli César Machado e Jorge Romão.
“Há aqui coisas que conheço, que também escolhi, mas há também muita coisa que não conhecia, sobretudo fotografias. E aqui tem-se aquela noção do peso, da responsabilidade. Agora senti um bocadinho os tais 45 anos”, conta o guitarrista Tóli César Machado, o único membro dos GNR que integra a banda desde o início.
De sucessos como “Dunas”, "Pronúncia do Norte”, “Asas”, “Efectivamente”, "Mais Vale Nunca" e muitos mais a acrescentar à lista, a banda é um dos mais importantes grupos da pop-rock nacional e continua no activo, estando actualmente em digressão. Essa é, segundo Rui Reininho, uma das grandes conquistas das quais se podem gabar ao longo deste quase meio século. “São muitas recordações, são muitos anos. E uma coisa que é engraçada é que são mesmo 45 anos. Não é como aqueles divórcios, em que há uns conjuntos que aparecem de cinco em cinco anos”, atira o vocalista, sublinhando que apenas bandas como os Xutos & Pontapés e os UHF conseguiram o mesmo feito.
Para o próximo ano, está em cima da mesa a realização de concertos comemorativos deste aniversário e, quem sabe, a gravação de um novo disco. "Músicas há, disco não sei", refere Toli César Machado. O desejo, garantem, é continuar a fazer um trabalho de qualidade. "Tem que se conquistar a cada vez. Felizmente, não tivemos falhanços muito dramáticos, mas qualquer coisa medíocre é ampliadíssima. Não adianta fazer 40 ou 50 anos se há ali alguma coisa que depois não corre bem", acrescenta Reininho.
A originalidade e a irreverência dos GNR
A exposição teve a curadoria da SOTA – State of the Arte e assinala o arranque das comemorações das mais de quatro décadas de carreira da banda formada no Porto, em 1980. Aqui estão expostos não apenas objectos guardados por toda a equipa da banda ao longo dos anos, mas também material recolhido e guardado religiosamente pelos fãs mais dedicados.
O quadro com bilhetes antigos de vários concertos, por exemplo, foi cedido por Cátia Pombo, fã incondicional dos GNR desde os 14 anos e que partilha, entre muitas outras coisas, a mesma idade da banda. Cátia sabe na ponta da língua a data do primeiro concerto a que assistiu dos GNR: 19 de Junho de 1993, no antigo Estádio das Antas. A partir daí, conta, nunca mais parou e seguiram-se centenas de espectáculos, incluindo um concerto que foi ver a Paris, quando tinha apenas 15 anos.
O que torna os GNR tão especiais? Perguntamos-lhe. A resposta surge logo de seguida, sem hesitações: “Cada álbum dos GNR tem registos muito diferentes. A banda foi sempre inovando, renovando, fazendo novas versões e acho que eles têm isso de diferente. A originalidade e a irreverência, para mim, são o cunho principal do GNR e acho que foi por isso que também fiquei tão marcada e tão dedicada à banda”. Visitar uma exposição sobre os 45 anos dos GNR, refere Cátia, é uma viagem no tempo: “Todos estes cantinhos me dizem muito”.
Além desta exposição, está ainda agendado um concerto de entrada gratuita para o dia 27 de Setembro no parque de estacionamento exterior do piso 0 do Arrábida Shopping, às 21.30. Os bilhetes devem ser reservados no site do centro comercial, a partir do dia 12 de Setembro.
Arrábida Shopping, Piso 0, Praceta Henrique Moreira, 244 (Vila Nova de Gaia). 3 Set-21 Out, Seg-Dom, 10.00-23.00. Entrada livre
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