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Estamos em 1320. Portugal está a meio de uma guerra civil que opõe o rei D. Dinis (Rúben Gomes) ao seu único filho legítimo, Afonso IV (Diogo Martins), que acredita que o pai vai entregar o trono ao filho bastardo, Afonso Sanches (Miguel Raposo). A rainha Santa Isabel (Maria João Bastos), mãe de Afonso IV, mostra-se a favor do filho e contra o marido. No meio deste confronto sangrento que divide o país ao meio, acontece uma tragédia que muda o rumo de D. Dinis: a violação e assassínio da sua filha bastarda, Maria Afonso (Madalena Almeida). Agora, o rei encarrega o seu escudeiro e amigo, Lopo Aires Teles (Paulo Rocha), de encontrar o responsável pela morte da filha preferida e não vai descansar enquanto não se fizer justiça. A Rainha e a Bastarda chega à RTP1 e à RTP Play esta quarta-feira, dia 23, às 21.00.
“Foi uma aventura sobretudo do ponto de vista da pesquisa e do trabalho físico”, conta à Time Out Paulo Rocha, o actor que interpreta o escudeiro mais próximo do rei. Este recuo no tempo de oito séculos obrigou os cerca de 50 actores do elenco a adoptarem uma nova linguagem, um guarda-roupa adequado à época, muito treino de espadas e aulas de equitação. Ainda assim, a série não pretende ser uma total recriação dos modelos sociais do século XIV. “Às vezes as séries históricas afastam um bocadinho o público pela linguagem, por isso tentámos encarar isto com mais naturalidade”, revela Diogo Martins, que veste a pele de filho legítimo de D. Dinis. Também Sérgio Praia, encarregue da personagem de Gomes Lourenço, um dos apoiantes de Afonso IV, partilha que tem “a sensação que aquela altura não era assim tão diferente dos dias de hoje. A relação humana é universal e tentámos levá-la da mesma forma e não tornar as cenas demasiado solenes”.
Como o nome indica, A Rainha e a Bastarda foca-se também no percurso da rainha Santa Isabel, na sua procura pela santidade mas também nos sentimentos obscuros que nutre pelo marido. “As mulheres tiveram um papel fundamental na História e a série tem esse cuidado de dar um lugar de destaque à mulher”, considera Carolina Carvalho, a actriz que interpreta Beatriz de Castela, a mulher de D. Afonso IV. “Todas as mulheres desta série são caracterizadas como mulheres de poder, com objectivos e que fazem diferença na história”, acrescenta.
A série com argumento de Patrícia Müller (A Generala) e realização de Sérgio Graciano (Auga Seca), foi rodada em pouco menos de dois meses e as filmagens dividiram-se entre os estúdios e a paisagem medieval de Marvão, no distrito de Portalegre. O projecto, que une a RTP e a Fado Filmes, arrancou em 2019, mas foi interrompido duas vezes devido à pandemia. Passados mais de dois anos, a história sobre o reinado de D. Dinis e da rainha Santa Isabel chega finalmente ao pequeno ecrã. “A Fado Filmes está a fazer 25 anos de vida e esta é a primeira série de raiz que faz”, revela Luís Galvão Teles, sócio-gerente da produtora portuguesa, durante a apresentação da série à imprensa. E assinala o projecto como “um marco na ficção histórica”.
A Rainha e a Bastarda divide-se em oito episódios que vão ficar também disponíveis na RTP Play. O elenco inclui ainda nomes da ficção portuguesa como Anabela Moreira, Diogo Mesquita, Carolina Carvalho, Lourenço Ortigão, Bárbara Branco, Ana Padrão e João Nunes Monteiro.
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