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“Este é, provavelmente, o mural mais triste que já fiz. Enquanto o pintava, Elza Uskas e o seu filho aproximaram-se e disseram a palavra ‘obrigado’. Chegaram a Portugal há duas semanas. Ela disse-me que numa hora fizeram as malas e fugiram das bombas”, contou o grafitter MrKas na sua página de Facebook, onde publicou uma fotografia do mural que fez recentemente, junto ao metro da Lapa, em Cedofeita, na Alameda Capitães de Abril.
“Alguns dos meus trabalhos estão muito ligados ao factor humano e à actualidade, porque são acontecimentos que nos tocam a todos, mesmo de longe, e, por isso, achei importante mostrar os meus sentimentos através da minha arte”, contou, à Time Out, o artista com uma carreira com mais de 20 anos e murais pintados em 15 países diferentes. “Usei o menino da lágrima, porque as crianças são quem mais sofre com as guerras. Está a espreitar através de um muro com o formato da Ucrânia. E fiz questão de incluir a Crimeia, para que as pessoas não se esqueçam de como a Ucrânia era antes”.
A obra de sete metros de comprimento e três de altura, chamada “Slava Ukraini” e completada em dois dias, tem ainda outros pormenores, como a palavra “Love” escrita no arame farpado — “o arame simboliza as fronteiras” —, as cores da bandeira ucraniana ao fundo e pedaços de muro derrubado no chão, “simulados com esferovite”.
O mural gigante “Humanity first”, onde se vê a imagem de um bombeiro a acolher um bebé nos braços, no edifício dos Bombeiros Voluntários de Coimbrões, em Vila Nova de Gaia, é outros dos trabalhos de MrKas que poderá ver a céu aberto. Se quiser saber mais sobre este artista do Porto, só tem de carregar aqui.
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