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Samuel Wenceslau cresceu rodeado de natureza, mas se antes contemplava apenas a beleza e a diversidade da flora, com o seu projecto final de curso foi em busca de linhas, formas, tonalidades ou borrões dos elementos naturais. "Explorei como é que as formas orgânicas se apresentavam numa construção gráfica”, conta o artista, que apresentou Grafismo Natural – Um Studiolo de Formas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil.
Nessa altura, fez colagens, desenhou, fotografou, pintou, criou padrões. A experimentação deu origem ao Studiolo Gráfico, um inventário gráfico com uma taxonomia artística. "As minhas chapas têm aparência de botânica, mas as classificações que usei são todas imaginadas", afirma. Além da vertente técnica, demarca-se da botânica tradicional pela recusa da perfeição. Não procura folhas ou flores que estejam intactas, mas aquelas que mostram a "interferência da natureza".
Em 2018, quando se mudou para o Porto para fazer um mestrado em Belas Artes, Samuel Wenceslau trouxe o seu studiolo – nome que designava "os museus particulares que as pessoas faziam na Idade Média com preciosidades vindas das navegações". Começou, então, a divulgar o seu trabalho em feiras como a Sábado-Feira, com prints de vários tamanhos e preços (A3 a 10€, A4 a 5€ e 10x15cm a 2€), também disponíveis para compra nas redes sociais. Futuramente, quer fazer o inventário crescer e pensar "a sua expansão enquanto produto". Para já, vai acumulando as geometrias e grafismos naturais que encontra pelo caminho.