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Em 2016, Bob Dylan foi agraciado com o Prémio Nobel da Literatura “por ter criado novas formas de expressão poética no quadro da grande tradição da música americana”, tornando-se no primeiro músico a receber o galardão e contribuindo para a afirmação e legitimação literária da canção popular. Como ele, Patti Smith, Elvis Presley, Johnny Rotten, Leonard Cohen, David Byrne e Laurie Anderson, entre outros, escreveram e interpretaram letras com qualidade poética para abordar os problemas sociais das suas épocas.
É a partir da poesia musical destes cantautores que surge “Estro/Watts – Poesia da Idade do Rock”, a mais recente criação do Teatro Experimental do Porto (TEP) em colaboração com Paulo Furtado, o homem-orquestra mais conhecido como The Legendary Tigerman. A nova encenação de Gonçalo Amorim sobe ao palco do Teatro Rivoli na sexta-feira, 6 de Novembro, e fica ali sábado e domingo, seguindo para Coimbra em Dezembro.
“O rock usou a palavra poética para falar da vida, da morte, da guerra, de amores e desamores, da solidão, das selvas de betão, da experiência da working class e da opressão”, enumera o comunicado de imprensa sobre aquela que se tornou na “linguagem universal, na poesia dos tempos modernos”. A partir da obra Estro In Watts – Poesia da Idade do Rock, de João de Menezes-Ferreira, a peça dá ao público a “rara oportunidade de ouvir em português a qualidade poética das letras associadas à idade do rock entre 1957 e 1980”, que está presente em cena nas “baterias, pelos corpos dos actores e dos músicos”.
A sessão de estreia, inicialmente agendada para as 21.00, passa para as 19.00 devido às novas restrições impostas pela evolução da pandemia, e as sessões de sábado e domingo acontecem às 19.00 e às 17.00, respectivamente. No último dia, a peça será também transmitida online. Os bilhetes custam 9€ para as sessões presenciais e 4,50€ para a sessão online.