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Este domingo foi revelado que o designer português, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado (APPICAPS) desde 2017, assumirá a liderança da Confederação Europeia do Calçado (CEC) nos próximos três anos. O anúncio foi feito pelo ministro da economia, Pedro Siza Vieira, na abertura da MICAM, a maior feira internacional da indústria do calçado, em Milão. Portugal está presente no evento com uma comitiva de 90 empresas, sendo a segunda maior delegação estrangeira representada depois de Espanha. Luís Onofre toma posse em Maio, sucedendo ao italiano Cleto Sagripanti.
O que significa este passo para o sector?
Neste momento seria um bocadinho indelicado da minha parte estar a falar da presidência da CEC quando ainda há um presidente em funções. O senhor ministro anunciou muito simpaticamente esta novidade, que seria só para ser dita em Maio mas, de qualquer forma, é uma honra para mim, é prestigiante para o nosso sector e faço isto com o intuito também de ajudar o calçado português. Podemos ter algum peso nas decisões que serão tomadas na Europa. Servirá para uma projecção muito maior a nível internacional, apesar dos tempos difíceis e de incógnita muito grande sobre aquilo que vai acontecer no futuro, mas estamos sempre esperançados. Acho que pertencemos a um sector resiliente e muito resistente às adversidades.
Quais são os maiores desafios da indústria actualmente?
São muitos os factores macroeconómicos que estão a influenciar todo este trabalho e que o têm estado a abrandar, desde as vendas online, que são uma incógnita muito grande sobre como é que isto se desenrola, ou as equipas técnicas que temos de reforçar nas nossas empresas. Já estamos a tratar disso com apoios europeus para que as próprias empresas sejam também reforçadas com conhecimentos. Depois temos o Brexit, que é também uma incógnita muito grande. Enquanto não se resolver, não sabemos como é que vão ficar determinados mercados, nomeadamente o inglês e o francês, que também está a ser muito afectado por isto.... Todas as mudanças climáticas que andam aqui à nossa volta não ajudam de todo. A própria sustentabilidade, defendida pela actual presidência italiana, [é uma ideia] que vamos de certeza reforçar e dar continuidade.
O calçado português já é uma referência internacional?
Claro. Nós estamos na maior feira mundial de calçado, somos o segundo maior representante estrangeiro aqui em Itália. Já estamos num posicionamento muito favorável aos olhos do mundo e somos considerados um sector e um país de referência na produção de calçado. Temos muito potencial para evoluir, principalmente a nível de marcas e de conhecimento sobre o mercado. Neste momento, as segundas e terceiras gerações dos nossos industriais têm muito mundo e evoluíram de uma forma incrível. Tudo isso se conjuga para que o nosso sector esteja de boa saúde.