Notícias

Três verdades que gostávamos que fossem mentira no Porto

Da crise da habitação às obras do metro, passando pelo fecho das lojas históricas, neste Dia das Mentiras (e em todos os outros) há coisas que gostávamos que não fossem verdade.

Mariana Morais Pinheiro
Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
Directora Adjunta, Porto
Porto
Eugene Zhyvchik / Unsplash | Porto
Publicidade

Os preços impraticáveis da habitação

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, o preço das rendas aumentou 9,3% no final de 2024. Estes referem-se aos novos contratos de arrendamento (foram contabilizados 24.445 no final do ano passado). A Grande Lisboa, o Algarve e a Área Metropolitana do Porto foram as regiões onde o preço aumentou mais. O fenómeno, contudo, não atingiu apenas o mercado de arrendamento. Um estudo publicado pela Causa Pública, na mesma altura, anunciou que os preços de compra de habitação “mais do que duplicaram em Lisboa, Porto e Algarve”, atirando Portugal para “uma das maiores crises habitacionais da Europa”. No relatório é possível ler ainda que “embora o aumento dos preços da habitação seja um fenómeno global, o caso português tem sido particularmente intenso, com um aumento de 121% entre 2013 e 2023, superando a inflação (81%) no mesmo período”.

A Ourivesaria Âncora foi fundada em 1923
DRA Ourivesaria Âncora foi fundada em 1923

O fecho das lojas históricas

A história é mais ou menos sempre a mesma. Uma loja de comércio tradicional, acarinhada pelos portuenses, vai ter de fechar as portas, depois de várias décadas ao serviço da cidade. Porquê? Porque o imóvel onde estava localizada foi vendido a uma entidade, por vezes estrangeira, que tem para o edifício outros planos que não incluem a preservação destes negócios, muitos deles sob a alçada do programa Porto de Tradição, da Câmara Municipal do Porto. Esta é a história, por exemplo, d’A Cafezeira, mercearia dedicada à venda a granel de todo o tipo de café, chá e especiarias, com 95 anos e localizada na rua de Costa Cabral, que procura actualmente uma nova morada; mas também da Ourivesaria Âncora, que saiu do espaço onde estava há mais de 100 anos, na rua 31 de Janeiro. Já o Armazém dos Linhos – depois de 120 anos na rua de Passos Manuel – vai sobrevivendo através de uma loja pop-up localizada nos números 103/105 da Praça D.Filipa de Lencastre. O senhorio vendeu o prédio e outros na mesma rua a um grupo francês. Mais feliz, no entanto, foi o desfecho da Casa dos Linhos, que tem agora uma nova morada. A loja especializada em retrosaria e bordados artesanais reabriu na rua do Bolhão, depois de 165 anos em funcionamento.

Metro do Porto
Anthony Nelzin-Santos / UnsplashMetro do Porto

A demora nas obras do metro 

Sabemos bem que “quem espera sempre alcança” e isso será uma realidade em breve para ser tomada à letra, já que o metro do Porto chegará a mais zonas da cidade. Mas a verdade é que toda a gente parece já estar saturada das obras que impedem o natural fluxo de pessoas e carros pela Invicta. É que a previsão inicial para a conclusão da linha rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, era Dezembro de 2023, mas ainda faltam uns quantos meses para que a luz seja vista ao fundo do túnel. O prazo foi, entretanto, estendido pela Metro do Porto para Julho deste ano, mas Rui Moreira não parece acreditar em todo este optimismo e durante uma sessão da Assembleia Municipal, citado pela Agência Lusa, disse o seguinte: “Não acreditem no que dizem. É impossível que as obras estejam prontas em Julho. Assumo o que estou a dizer”.

+ Porto celebra o 25 de Abril com homenagem a Carlos Paredes e concerto de Capicua

+ Atenção, famílias: o Museu do Carro Eléctrico vai ter visitas, viagens e oficinas

Últimas notícias
    Publicidade