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Vilar de Mouros: tudo sobre o mais antigo festival da Península Ibérica

Mariana Morais Pinheiro
Directora Adjunta, Porto
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O Festival Vilar de Mouros é mítico, tem atravessado gerações com graça. É ardiloso, em 1968, durante o Estado Novo, conseguiu a proeza de fazer subir ao palco a Banda da Guarda Nacional Republicana, afecta ao regime, e músicos de intervenção como Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira (não ao mesmo tempo, claro). E vanguardista também. A banda britânica Manfred Mann e Elton John deram-lhe o epíteto de “Woodstock Português”, em 1971, pelo qual ficou conhecido até hoje. Este mês, o mais antigo festival da Península Ibérica está de volta a Caminha.

Dezoito bandas vão subir aos palcos do festival durante três dias. No primeiro, a 23 de Agosto, actuam Peter Murphy 40 years of BAUHAUS celebration featuring DAVID J. Os Bauhaus nasceram em 1978 em Inglaterra. Formados por Peter Murphy, David J, Kevin Askins e Daniel Ash encheram a sua música com uma forte carga emocional, um retrato de como era viver em plena guerra fria. Isto, aliado a uma crítica à arte expressionista e a uma metáfora daquilo que designaram como o fim da música (o post-punk).

Ainda neste dia, temas como “I’ll Stand By you” ou “Don’t Get Me Wrong”, dos The Pretenders vão poder ser ouvidos nesta freguesia minhota. A banda, também formada no final dos anos 70 em Inglaterra, regressa a Vilar de Mouros para apresentar o décimo disco - Alone, produzido por Dan Auerbach dos The Black Keys. Destaque ainda, claro, para Human League. Com mais de 20 milhões de álbuns vendidos, a banda britânica que conquistou um lugar na ribalta no início dos anos 80 tem, no seu arquivo musical, hits incontornáveis como “Human” e “Don’t You Want Me”. Cavaliers of Fun, Public Image LTD e Plastic People compõem o dia.

No meio está a virtude e não só. No dia 24, estão também os Editors, que vão mostrar o seu dark indie rock no seu mais recente álbum Violence. Do rock, passando pelo jazz, pelo funk, pelo hip-hop ou pelo punk, são muitas as influências com que os Incubus enchem as suas composições, algumas delas conhecidas à escala planetária, como “Drive”, “Dig”, “Wish You Were Here”, “Anna Molly” e “I Miss You”. É uma das bandas que não pode perder. O mesmo lhe dizemos de David Fonseca, com o seu novo Radio Gemini e dos GNR. Kitty Daisy & Lewis e Scarecrow Paulo são duas das mais recentes confirmações.

O festival termina, no dia 25, ao som dos britânicos James, headliners deste cartaz. Mas antes há muito para ouvir, como Luís Severo, dEUS, Los Lobos, Crystal Fighters e John Cale, e para ver e fazer também. À semelhança das edições anteriores, o festival vai continuar a ter espectáculos de rua e actuações tradicionais minhotas. Por lá, vai encontrar ainda uma zona de restauração para lhe matar a fome e a sede entre concertos. Os bilhetes custam 35€/diário e 70€/geral (com acesso gratuito ao campismo) e estão à venda em Ticketline e Festicket. Bom festival.

Mapa do recinto
©DR

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