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Violência, memória e política sobem aos palcos do FITEI 2024

Está de volta o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica. De 15 a 26 de Maio, a nova edição percorre quatro cidades e apresenta workshops, performances e peças de teatro.

Beatriz Magalhães
Escrito por
Beatriz Magalhães
Jornalista
Sem Palavras
© Nana MoraesSem Palavras
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O Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica está de regresso aos palcos do norte do país. Entre 15 e 26 de Maio, a 47.ª edição do FITEI apresenta 20 espectáculos nas cidades do Porto, Matosinhos, Viana do Castelo e Vila Nova de Gaia. A Trauma e Bravura, tema que delineou a programação da edição de 2023, junta-se este ano as Fantasmagorias.

Com o objectivo de promover o teatro e as artes performativas, o FITEI acolhe obras clássicas e contemporâneas, bem como novos projectos de carácter experimental e transdisciplinar. Durante 11 dias, são seis os países representados – Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Chile e Cabo Verde. Além de espectáculos, o programa contempla oficinas, workshops e conversas.

Nos primeiros dois dias, 15 e 16 de Maio, depois de passar pela Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, em Lisboa, a Hotel Europa apresenta Luta Armada no Teatro Campo Alegre, no Porto. O projecto de investigação, criado por André Amálio e Tereza Havlíčková, parte do testemunho de pessoas que integravam grupos que recorriam a acções violentas como forma de luta e que viam na luta armada a única forma de acabar com o fascismo e colonialismo português. Quarta-feira, dia 15, a peça pode ser vista às 21.30 e quinta-feira, 16, às 19.00. 

A 16 e 17 de Maio, a partir das 21.30, no Rivoli, Janaina Leite assina a concepção, direcção e interpretação de Stabat Mater, a partir do texto homónimo da filósofa e psicanalista Julia Kristeva. Com o terror e a pornografia como bases estéticas, a palestra-performance pretende explorar as origens de um arranjo histórico entre o feminino e o masculino.

Jorge Andrade, director artístico da Mala Voadora, encena e interpreta Old Cock no espaço da companhia de teatro, dia 18, às 19.00, e dia 19, às 21.00. Em palco, o Galo de Barcelos ganha vida e conta a sua história. É então que aparece Salazar, em deepfake, para explicar ao galo que ele é uma invenção que faz parte da ficção nacionalista criada pelo ditador. O texto foi escrito pelo americano Robert Schenkkan, vencedor de um prémio Pulitzer e de dois prémios Tony. 

No Teatro Nacional São João, a Companhia Brasileira de Teatro apresenta Sem Palavras, a 24 de Maio, às 21.00, e 25, às 19.00. O espectáculo, com texto e direcção de Marcio Abreu, cruza teatro, dança, música e performance, propondo uma reinvenção da linguagem em torno de histórias de amor, de violência, de consumo, entre outras. Nos mesmos dias, mas no Teatro Campo Alegre, A Nossa Última Manhã Aqui baseia-se em documentação textual, física e áudio da história da família de Manuel Tur, propondo-se a reflectir acerca do racismo, da ilusão e do que foi, para muitos, um momento áureo para os portugueses. 

Toda a programação está disponível no site do FITEI, onde também encontra os bilhetes à venda. 

Vários locais. 15-26 Mai. Vários horários. Vários preços

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