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Apesar de ter estado ligada ao comércio de pedras e pérolas a vida toda, Assunção Silva sempre teve vontade de apostar “à séria” na restauração. Com esse desejo em mente, comprou, há vários anos, um espaço no Bonfim que tinha intenção de transformar em restaurante, café ou bar. A ideia ficou na gaveta até 2017, ano em que arrancaram as obras que lhe começaram a dar forma. Quem o conta é Joana Silva, que se apresenta como a relações públicas não-oficial do Wagon.
“Nunca houve um conceito totalmente definido para o espaço. Inicialmente, pensamos em algo mais para o dia, com brunches, por exemplo. Quando arrancamos com a reabilitação, as coisas foram acontecendo de forma natural, com adaptações aqui e ali”, explica.
Entretanto, surge a pandemia, que atrasa todo o processo, mas também impulsiona todos os envolvidos, especialmente Bruno, gerente do espaço e filho da proprietária. “De uma maneira ou de outra, a pandemia foi complicada para toda a gente. Para nós, acabou por funcionar como estímulo para concluir o projecto. Deu tempo para olhar para tudo o que provamos na cidade ao longo dos anos, ver o que gostávamos, aperfeiçoar ideias e identificar o que nos fazia falta: um sítio que, sem descurar a bebida, tivesse boa comida para desfrutar fora de horas. Surge assim o Wagon, que mais do que um bar ou restaurante, é uma mistura dos dois”.
Trata-se, portanto, de um espaço versátil que tanto serve quem só quer beber um copo e petiscar depois do trabalho, como os que chegam para jantar ou começar a noite antes de rumarem a outras paragens. “Até já temos clientes que acabam por usufruir de todas as possibilidades. Chegam com um objectivo, mas vão-se deixando ficar pela noite dentro”, comenta Joana.
João Ribeiro, consultor e chefe de cozinha do restaurante Goela, é o responsável pelo menu, que demorou cerca de um ano a ficar concluído e é dominado pela chamada comfort food. Entre as opções mais populares, encontra uma adaptação da katsu sando, uma sanduíche tipicamente japonesa. Na versão da casa, o habitual porco panado dá lugar a camarões ou cogumelos num pão brioche com salada de ovo (12€/10€). Igualmente recomendável é o arroz de forno de pato com enchidos (12€).
Opções mais leves variam entre croquetas de chistorra (6€/2uni.) e empada de carne de panela (8€). O snack mais pedido, contudo, são as Wagon fries (3,5€/5€), fruto de um longo processo de confecção. “Uma vez lavadas e cortadas, as batatas são colocadas numa mistura de água e vinagre, na qual ficam, no mínimo, 24 horas, de modo a criar uma espécie de picle. Em seguida, são cozidas a vapor no forno e, depois, pré-fritas. Posteriormente, vão ao congelador, de onde só voltam a ser retiradas quando precisarem de ser fritas para servir aos clientes”, descreve Joana. O resultado é um snack super crocante, acompanhado com maionese de alho negro, também feita aqui. “Na verdade, para controlar a qualidade, tudo o que podemos ser nós a fazer, fazemos”, garante.
Neste espaço descontraído, com mobiliário e candeeiros nórdicos, um bar revestido a mármore verde e uma luz néon, de cor vermelha, a carta de bebidas inclui vinhos naturais, cerveja artesanal e cocktails de autor, como o Raspberry Beret, com gin, limão e xarope de framboesa (10€).
Rua do Barão de São Cosme, 170. 91 290 9892. Ter-Qui 18.00-00.00, Sex-Sáb 18.00-02.00
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