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Chocolates há muitos, seu guloso. Mas por mais que todos os dias nos apeteça um docinho para terminar a refeição ou saciar os apetites, nem sempre podemos optar por aqueles carregados de açúcar, para bem da nossa saúde e da nossa linha. Rosália Costa criou a Zesty, uma marca de chocolates artesanais produzidos em Portugal, para dar resposta a esse desejo, mas garantindo o lado nutricionalmente interessante.
Depois de uma licenciatura em Jornalismo e uns anos a trabalhar na área da moda, Rosália mudou-se para Londres para fazer um mestrado em marketing digital, altura em que alterou também o seu regime alimentar. “Comecei a interessar-me muito mais pela alimentação plant-based, a ler sobre os benefícios e comecei a cozinhar mais desta forma”, conta, recordando que antes não era menina para pôr as mãos na massa – era até capaz de comer só cereais. “Sempre adorei doces e comecei a procurar alternativas mais saudáveis, com ingredientes mais interessantes. Fui-me apaixonando por este estilo de vida mas não era viável estar sempre a fazer estas sobremesas. Faltava um doce para ter em casa e poder comer sem culpa”, diz. Isso levava-a a percorrer os corredores de supermercados especializados, a provar muita coisa e a chegar sempre à mesma conclusão: ainda não era aquilo que a saciava. “Ou o sabor não era incrível, ou não matava a minha vontade do doce, ou tinha uma percentagem alta de cacau mas também tinha açúcar.”
O dilema levou-a a pesquisar mais e mais. E a pandemia trocou-lhe, como a todos, as voltas – o regresso não planeado para Portugal aconteceu. “Estando cá, comecei a minha busca. Eu sabia exactamente o tipo de ingredientes e benefícios que queria. Já fazia imensos chocolates recheados com amendoim e pensei nisto de uma forma realmente mais estruturada”, refere.
A parte mais desafiante de começar o negócio foi a procura de uma fábrica. “Eu sabia que não queria algo tão artesanal assim que me obrigasse a fazer em casa, porque a validade do produto seria muito mais curta. Por isso, comecei a pesquisar fábricas, mas há muitas que só produzem se for algo mais standard e no meu caso queria desenvolver o produto de raiz”, explica. Encontrou uma pequenina em Famalicão, mas que preenche os requisitos. E depois de muitos testes, de uma barra grande com chocolate 70% cacau com muito recheio – “que não resultava, porque a gordura dos frutos secos do recheio ia para o chocolate” –, passou para duas barras finas mas compridas, recheadas à mão. Numa primeira fase tem uma com creme de avelã (4,80€) e outra com creme de amendoim (4,50€).
A lista de ingredientes inclui então cacau 70%, maltitol (um adoçante natural produzido a partir de cereais como o milho, mais batata), creme de frutos secos no interior, óleo de coco e inulina, uma fibra extraída da raiz da chicória que aumenta a percentagem de fibras e reduz o índice glicémico. O cacau utilizado nas barras provém das regiões do Norte de África, de uma produção sustentável e certificada pela Rainforest Alliance. “O cacau tinha de ser certificado. Esse foi o primeiro critério, não havia margem para o mudar. Todos temos de fazer a nossa parte e por isso tinha de respeitar o ambiente e as pessoas que estão dentro do processo”, diz.
Os chocolates são vegan, não têm açúcar adicionado nem glúten. São chocolates “com benefícios”, só que estes rótulos do bem ainda são vistos como coisas para a “malta das dietas”. Mas Rosália acredita que apesar de as pessoas, de uma forma geral, ainda não estarem predispostas a pesquisar sobre o tema do plant-based, já há mais opções, mais informação e mais curiosidade para provar. Exemplo disso foram os testes que foi fazendo com amigos (e amigos dos amigos que não a conheciam) e tiveram uma opinião 100% imparcial. “Pedi a pessoas que estão habituadas a comer o chocolate mais standard e que não pensam muito sobre o assunto, que adoram Kinder, para provar, e adoraram”, reforça.
Tendo sempre como base o chocolate, planeia alargar o leque de opções de recheio – “já recebi algumas sugestões dos primeiros clientes, como um recheio de manteiga de amendoim crocante”, conta.
A compra faz-se, por enquanto, apenas pelo site mas há pontos de venda físicos em vista. Os envios fazem-se para todo o país e em breve começam até os envios internacionais, depois de mais uns testes para garantir que não há choques térmicos e a qualidade do chocolate numa grande distância não fica afectada. Para ter stock naqueles momentos em que apetece mesmo o tal docinho, há packs de seis (a partir de 27€).
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