Vão achar-me uma pessoa estranha, mas não gosto de restaurantes com serviço estilo FedEx. Daqueles em que faço o pedido, dou uma vista de olhos à sala, penso em tratar de pendentes, mas baixo os olhos para o telemóvel e o prato já aterrou na mesa. Aconteceu-me no Baixa Burguer. E por estar sozinho, até podia ter sido um favor que me faziam, mas não. Afinal, a pressa é inimiga da perfeição. E o hambúrguer estava bom, mas longe de ser perfeito.
Note-se, porém, que apesar das hamburguerias nascerem que nem cogumelos, há aqui uma série de receitas interessantes e originais. Como o hambúrguer com molho de francesinha, que me deixou tentado. Quis atirar-me mais para fora de pé e pedi um de inspiração semi-asiática: 170 gramas de carne de novilho, caju, alface iceberg, cheddar e molho de amendoim com coco.
A carne, apesar da boa qualidade, vinha quase crua (lá está, a pressa) e a pedir mais sal. Podia ser compensada com o molho, também ele saboroso, mas numa dose demasiado pequena para o hambúrguer inteiro. O pão, com sementes no topo é banal e as batatas fritas, com molho especial (e secreto) da casa, são boas.
Acompanhei o hambúrguer com um balde de limonada da casa, pouco doce, também ela banal. Resultado final: não me levantei da mesa desagradado, até porque paguei apenas 9,20€, mas não fiquei com vontade de voltar.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.