Cais da Foz

José Fernandes e Mafalda Meireles, ele na cozinha, ela na sala, deram uma nova vida ao que estava destinado a desaparecer. “O Sr. Manuel António, o antigo dono, decidiu ir para a reforma e queria passar o negócio, mas não queria passar a qualquer um”, atira José, com um certo orgulho. O voto de confiança foi dado a esta dupla que já trabalha junta desde 2019 e em Fevereiro de 2023 deram uma nova aparência ao espaço, tornando-o mais moderno, mantendo, no entanto, a sua matriz tradicional, com a comida a ser servida em tachos e panelas de barro, como é o caso da febra mijona, um dos pratos mais pedidos. “Chama-se assim porque tem um bocadinho de gordura e na grelha pinga”, explica o chef. Vem acompanhada de um guloso arroz de feijão vermelho com rodelas de salpicão do Talho Qualifer, ali bem perto. “Usamos muitos produtos da região, especialmente as carnes e os enchidos, e o pão e o azeite também são daqui”. Tal como a garrafeira que, para já, está focada essencialmente nos vinhos do Douro. Para sobremesa, não deixe de pedir uma fatia do típico bolo borrachão, bom que se farta. “Este bolo tem uma história engraçada. É uma sobremesa caseira, cujo segredo para a sua confecção está num tachinho muito antigo. Um dia, a senhora que o fazia apareceu aqui e deu-nos a receita e o tachinho. Volta em meia aparece para ver se estamos a fazer tudo como é suposto”, ri Mafalda. “Ah, e o vinho do Porto que é usado na sua preparação tem de ser muito bom. Este é do meu pai, nem posso usar muito, senão ele mata-me”, acrescenta José.