Andava cheio de expectativas para ir à Casa Santo António. Diziam-me que os petiscos eram deliciosos, que estava sempre cheio, que era bom ao almoço e ao jantar, que ia pagar pouco, que isto e que aquilo. E eu pensava que, para ter três espaços, dois deles na Baixa, a poucos metros de distância um do outro, algo de especial deviam ter estas tascas. Erro de principiante: nunca vás com as expectativas em alta, Francisco. Se houver queda, é maior. E o almoço, num dia de chuva – que nunca ajuda a compor salas –, correu mal.
O pão do couvert era agradável, mas não trazia manteiga, azeite, emulsão, molho, nada. As azeitonas, pequenas, eram banais, mas bem temperadas. As cenouras à algarvia, laminadas, com um tempero à base de cominhos, foram o melhor da festa, mesmo quase podendo jurar que foram aquecidas no microondas – uma cozinha aberta tem estes problemas (e ter ouvidos de tísico também ajuda). Daí foi sempre a descer. O frango à Santo António, frito em temperos “secretos”, disseram, vinha demasiado duro, as pataniscas, muito grossas e com excesso de massa, os peixinhos da horta com um polme mole, o legume sensaborão, e a farinheira com ovos mexidos era uma argamassa, com farinheira, pimentos e fatias de pão torrado que estavam moles.
No final, veio uma boa mousse de chocolate com suspiro esfarelado no topo. Por duas pessoas, com águas, paguei 20€. Barato, mas uma desilusão. Das grandes.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.