Tem uma das salas mais bonitas da restauração do Porto, estilo moderno e urbano, em linha com o que de melhor existe na Europa. Logo à entrada, um balcão comprido com copos pendurados, tecto alto, ventoinhas e candeeiros em forma de cadeia de átomos. Ao fundo, um espaço mais reservado para onde passam mulheres de saias curtas e homens de blazer de grife, gente elegante à procura de comida elegante.
A carta não os desmerece, com muita coisa mediterrânica (saladas, pizzas, massas) e algumas criações luso-asiáticas. A abrir, experimentou-se a tempura de navalhas e espargos: bem o polme e a fritura, as navalhas húmidas, os espargos crocantes. Seguiram-se os raviolis com espinafres e ricota, servidos em prato fundo e submersos num molho natado de manjericão. Gulosos embora com final enjoativo. A terminar, ainda estômago para o bacalhau assado com batatas a murro, ovo e grelos salteados. Tudo demasiado cozinhado e espapaçado, sem perfume de forno ou grelha, o peixe de má cura, as batatas mal aquecidas.
Em síntese, uma cozinha com algumas boas ideias mas pouco consistente, num restaurante sofisticado e com pessoas bem- -parecidas. Quanto ao serviço revelou-se demorado, o que até se aceitaria caso o restaurante estivesse incrivelmente cheio (não foi o caso) e a factura não chegasse aos 30€ por pessoa (foi o caso).
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.