O Porto precisava de uma pregaria. E não sou eu que o diz. São as enchentes à porta da Dona Maria Pregaria, todas as horas de almoço, desde o dia em que abriu. Apesar de não ser caso único na cidade – 2015 tem sido forte na abertura de restaurantes de pregos – parecia que esta tinha alguma coisa em especial. Afinal, tinha várias. Nem todas boas.
Para começar a ementa tem mais hambúrgueres do que pregos – e ainda assim decidiu chamar-se pregaria. Depois, os sumos de fruta não passam de concentrados com elevada dose se água, ou seja, a laranjada e a maracujada são duas grandes desilusões. Outra desilusão foram as chips de batata doce, frias e pouco crocantes.
O croquete de alheira e grelos, apesar de vir ligeiramente frio no meio, tinha um sabor bastante interessante. O prego Dona Maria, com lombo, maionese de alho e manjericão, queijo cheddar e copita, tinha um forte sabor ao enchido, um bolo do caco muito fino e carne demasiado cozinhada. Já o de atum, com wasabi, algas e maionese cítrica, sofria do mesmo problema com o peixe – excesso de grelha – e tinha maionese a mais. Quanto ao hambúrguer Cantar de Galo, com hambúrguer de frango panado, trazia a carne picada e uma boa maionese. Esse sim, a salvar o almoço.
Para sobremesa, um trio de doces sempre a subir: banal o iogurte com frutos vermelhos, boa a mousse de chocolate, óptima a baba de camelo. Mas em casa de pregos, mesmo por 10/11€ à cabeça, quem devia sobressair não o faz em grande estilo. É pena.
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