Pouco tempo depois de este Muda inaugurar, jantei lá. Na altura, dei o benefício da dúvida, cumprindo o período de silêncio de três meses, após a abertura dos restaurantes, que sempre se cumpre neste espaço de crítica. Mas agora era a hora da verdade.
Na noite anterior a lá comer passara pela porta, nas Galerias de Paris, e espantara-me com a esplanada cheia. Portugueses eram muito poucos, é verdade, mas mesmo os turistas já vão tendo formas de não caírem em armadilhas.
No dia seguinte, fui lá almoçar e desta vez era só eu e o meu amigo no piso de baixo. Pratos à carta não havia, pelo que tivemos de nos submeter ao menu de almoço, com duas opções de entrada e de prato principal.
A tarte de cebola e bacon tinha a massa encruada. A sopa de legumes era um creme muito manhoso que não sabia a legumes. Depois, os principais: a espetada de peru teve de voltar para trás por a carne estar crua junto ao espeto. Foi e veio mas não encantou até porque nada que junte peru e ananás pode encantar. O salmão safou-se, embora seco para o meu gosto. Foi acompanhado com umas batatas olvidáveis e um tomatinho cereja cortado ao meio.
Este Muda, infelizmente, não muda nada.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.