1. MUU - Steakhouse
    © João SaramagoMUU
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Crítica

MUU

4/5 estrelas
  • Restaurantes | Steakhouse
  • preço 3 de 4
  • Galerias
  • Recomendado
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A Time Out diz

O Muu é tão bonito que o meu namorado ficou à conversa com o empregado de mesa, que entretanto se instalara no sofá ao meu lado, tecendo rasgados elogios aos rebites, às dobradiças, às chapas acobreadas, e ao impressionante trabalho que o metalúrgico fizera ao revestir parte do restaurante a metal.

O resto da elegância desta steakhouse na Baixa dividia-se entre uma parede em tijolinho, a dar ares industriais; uma imponente garrafeira iluminada, com uma grande oferta de vinhos; uns opulentos pedaços de carne em maturação, numa vitrina sobre a cozinha aberta, e outros pormenores. A minha meia hora a decidir o que vestir para o jantar foi em vão, pensei. E aceitei que naquela noite havia muito mais para onde olhar.

Depressa a nossa atenção recaiu sobre o que começou a chegar à mesa. Um amuse-bouche composto por
 um crocante com carne black angus braseada, queijo e rebentos de beterraba foi oferta da casa. E uma cesta com três pães, ainda quentes, um deles com nozes, acompanhados por duas manteigas, 
uma trufada e outra adocicada, com
um surpreendente sabor a xarope de
 ácer, desapareceu num ápice. Não
 que estivéssemos com fome, mas a sofreguidão era muita: esperámos quase dois meses para arranjar mesa neste restaurante, cujos donos gerem também o Tascö, na porta ao lado.

Ele continuou a apreciar sonoramente o trabalho do serralheiro (era capaz de jurar que nem a Mona Lisa recebeu em 500 anos tantos elogios como aquelas paredes em cinco minutos) e só se calou quando enfiou na boca uma garfada do Johnny’s Scotch, uma versão do ovo escocês, envolto em carnes, panado, muito guloso e crocante, com um puré de chalotas e couves de Bruxelas a completar (9€). Uma entrada mais invernal, que 
se contrapôs largamente ao preparado que se seguiu. O Polinésia apresentou-se bonito e muito fresco, feito com gambas cozinhadas no ponto, mexilhões a saber 
a maresia, um saboroso puré de batata doce, mais lima, coentros com fartura, mas sem exagero, malagueta e leite de coco (12€).

O tomahawk prendeu-lhe o olhar (64€). Vinha todo convencido por se saber tão tenro e se desfazer tanto na boca. E um pouco exibicionista também, mostrando descaradamente a carne rosada, mal passada, e temperada apenas com flor de sal. Ao lado, um tacho de arroz de 
forno com chouriço e uma dose de batata rosti, muito gulosa, cortada finamente
 e carregada de queijo e trufa. A sangria
 de espumante com citrinos, frutos vermelhos e menta aliviava a untuosidade do conjunto (28€).

A refeição aproximava-se do final.
 As sobremesas, de tão bonitas, davam pena estragar. O ninho do Goulart, por exemplo, impelia-nos a viver nele. Era feito com dois ovos de chocolate branco sobre um bolo de cardamomo com matcha, creme de amêndoa e kataífi, uma espécie de massa de aletria. O sabor é que ficou um pouco aquém do esperado. O mesmo aconteceu com a Aqcua di Muu. Igualmente espantosa ao olhar, com um quindim brasileiro num mar de mousse de coco, onde boiavam pedaços de ananás e apontamentos de gel de hortelã, também precisava de ser mais tcharam. As cinco estrelas estiveram quase lá.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Detalhes

Endereço
Rua do Almada, 149 A
Porto
4050-037
Preço
Mais de 50€
Horário
Qua-Seg 19.00-00.00
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