Dois sócios que trabalham juntos há mais de 30 anos raramente se dão bem. Mas aconteceu neste buraco, uma instituição no Bolhão que continua a receber calorosamente os portuenses. O espaço usa as mesmas madeiras escuras do início, mas o serviço é alegre e toda a gente se sente lá bem. Os habitués estão em casa, os novatos são rapidamente integrados.
Mal uma pessoa poisa chegam logo os rissóis de peixe, recheio de consistência perfeita, muito saborosos. As opções para prato principal mudam diariamente, mas a pescada frita com salada russa é recorrente e incontornável: o peixe imaculado, refrescado com limão; a salada em cubos, os legumes ainda rijinhos como deve ser.
Outra boa aposta são as sardinhas panadas ou os carapauzinhos fritos, ambos servidos com arroz de feijão: fritura impecável, o arroz carolino caldoso, escuro e apurado. O arroz de frango traz um bicho de qualidade superior à média (terrivelmente baixa, diga-se). Quanto ao arroz, na última visita estava um pouco cozido demais, mas bem avinhado, a acidez no ponto. Ainda sem sair desta secção, o arroz de polvo, porventura excessivamente simples, costuma apresentar o bicho perfeito, nem rijo, nem mole.
Nas sobremesas, é proibido contornar a rabanada, que consegue este paradoxo delicioso: uma fatia crocante como uma torrada, mas maravilhosamente molhada.
O preço final varia entre 8 e 12€. Um belo negócio.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.