Descemos a uma cave nos Poveiros para encher a barriga de vísceras e outras coisas boas.
Uma pilha delas. O combinado médio leva bucho, tripa, orelheira, morcela e rojões (5,50€). Vêm num prato de sobremesa e formam um montinho de carnes com uns 15 centímetros. A acompanhar broa de centeio e dois palitos para picar.
O pesadelo de qualquer vegan faz a delícia de quem conhece a casa, há muitas décadas aqui estabelecida e há uns meses remodelada. Para lá chegar, tem de se descer umas escadas. Em baixo, vê-se um balcão bonito de madeira escura, meia dúzia de mesas, ambiente de tasca antiga. Não fossem os bibelots de marcas de bebidas, as uvas de plástico e as garrafas de vinho decorativas sobre o exaustor e podia ser uma taberna perfeita.
Para além do combinado (onde faltou um bocadinho de tempero e sal às carnes), provaram-se umas boas papas de serrabulho, ligeiramente granuladas (1,50€), tripas fritas, polvilhadas de pó de cominhos (2,80€), e cogumelos Portobello bêbedos com broa frita (3€).
A terminar, só uma opção na carta: o queijo (industrial, tipo flamengo) com doce de figo (aparentemente também industrial, 2,50€).
Nos EUA, a moda das vísceras vende livros de chef e tem o elegante nome de offal. Por cá, vão rareando os sítios onde se possam comer umas tripas fritas, mais outras coisas do porco sem grandes invenções. Valha-nos um ou outro buraquinho.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.