A forma infeliz como acabou um almoço no Prégar podia ser razão suficiente para retirar uma estrela das acima pintadas: comi alguma coisa estragada e fiquei com uma breve, mas dura, intoxicação alimentar. Afirmo-o com toda a certeza, porque tanto eu como a minha companhia de almoço passámos, digamos, uma tarde menos agradável, tal e qual com os mesmos sintomas. E como foi tudo dividido ao centímetro, não restam dúvidas. Porque não penalizar o restaurante? Porque não devia acontecer, mas também acontece aos melhores. Relembro uma intoxicação alimentar no Noma, um dos melhores do mundo, em 2013. Deixou de ser um dos melhores? Não. E sobre este Prégar, só posso acreditar que se tratou de um infeliz azar.
Se vou lá voltar? Dificilmente iria. Achei o sítio normalzito, com pregos normaizitos, uma entrada normalzita, idem a sobremesa. Vejamos. Os rolinhos de curgete com salmão e crème fraîche são isso mesmo: um prato sem ciência, assente na construção e num tempero, aqui demasiado forte. O prego de atum em bola de água era engraçado, com maionese de rábano e pickle de cebola. O clássico, com lombo, queijo e fiambre, essa tríade tão bem servida nas casas do Porto, tinha o naco de carne mais nervoso onde ferrei os dentes nos últimos tempos (nervos num pedaço de lombo? Naaa...). A tarte de limão é assim-assim.
Por tudo, com duas limonadas e dois cafés, pagou-se 15€ à cabeça. São menos 30€ na conta e menos uns quilos no corpo. Ainda assim não compensa.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.