Podia começar esta crítica com uns trocadilhos sobre o nome do restaurante, mas prefiro abster-me de o fazer – até porque, além de fazer sentido pela morada, o Largo do Priorado, não encontro explicação para a ideia. Não senti presunção da parte de ninguém e fui muitíssimo bem recebido.
Gostei do sítio, a sala de baixo estava cheia ao almoço, as cinco opções de pratos de dia soaram-me bem e arrisquei num arroz de cabrito – veio primeiro uma sopa de feijão verde insossa e demasiado líquida. O aparatoso prato trazia um arroz com açafrão, grelos e alguns pedaços de cabrito bem cozinhado, até com alguma gordura. Bom, não histórico. E trazia um enfeite de ervas à volta que não lhe acrescenta nada, só atrapalha. Um shot de mousse de manga agradável como remate, tudo em troca de 8,50€.
Numa outra refeição, pedi uma canja de gambas, coentros e morangos, novo aparato, a vir servida numa nano-terrina. Ideia engraçada, resultado mal conseguido. Três gambas, meia dúzia de morangos a amolecer no caldo quente, temperado com folhas de coentros. Ao fim de seis colheradas está comida e resta um caldo aguado para beber. Assim-assim as pataniscas de bacalhau, mais numa tempura do que numa fritura, algo gordurosas, leves mas com pouco bacalhau. Excelente o arroz de tomate.
Fechei com uma sobremesa demasiado doce de bolo de brigadeiro na base, chantilly no meio, mousse de chocolate por cima. Por tudo, com um copo de vinho e couvert, foram 28€.
O sítio encanta, a comida esforça-se mas não o consegue fazer. Talvez umas rezas ajudem.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.