O Rua é um daqueles conceitos em voga no Porto com copos, petiscos, música ao vivo, noites temáticas, tudo. Uma daquelas ideias bonitas e bem-intencionadas, mas na qual tenho pouca fé. Para combater o preconceito, e curioso para experimentar uma ementa criada a meias com o chef da Casa de Pasto da Palmeira – restaurante de que gosto muito – fui a Cedofeita ver o que havia para trincar.
O couvert à base de pão quente, azeite e molho balsâmico não trouxe nada de novo. Os croquetes de camarão com molho de ostra e pedaços do bicho estavam bons, mas dois dos quatro vinham gelados no interior.
Seguiram-se uns spring rolls de frango com caril de coentros, que prometiam mas falharam na secura e rijeza da carne, e nem os mergulhos profundos no molho os safaram; uma interessante tiborna de alheira com foie gras, uvas e geleia de malagueta picante, com sabores diferentes a fazer uma boa mistura na boca, mas a pedir um pão com melhor qualidade; umas batatas bravas boas, mas que não deixaram grande recordação; um bom prato de cogumelos e legumes chapeados com molho romesco, ao qual só retirava o excesso de sal; e, finalmente, mais uma mistura improvável que correu assim-assim, gelado de bolacha Maria, amêndoas e doce de abóbora. Não devia ter pedido os três ao mesmo tempo, assim como o Rua não devei querer ser bom em tudo ao mesmo tempo.
Mesmo com a barriga cheia, de comida e cervejas, por 40€ a refeição para duas pessoas, houve demasiadas falhas.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.