Tasca Vasco
© Marco DuarteA Tasca Vasco vai ser o palco deste evento

Crítica

Tasca Vasco

4/5 estrelas
  • Restaurantes | Português
  • preço 2 de 4
  • Baixa
  • Recomendado
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A Time Out diz

Lembra-se da comida sul-americana do Panca? O conceito mudou e agora, este restaurante na Baixa tem uma carta virada para os pratos portugueses. Mão de vitela com grão, moelas estufadas e picadinho de carapau são alguns dos pratos que pode experimentar.

Crítica:

O portuense anda assustado com as rendas altas que não consegue pagar; anda aborrecido porque não consegue contornar as enchentes de turistas que formam filas nos passeios e impedem um fluxo pedonal tranquilo; anda esfomeado porque os restaurantes da Baixa parecem só responder a um outro sotaque.

Aquela Rua de Sá de Noronha era um desses casos. Era. Em menos de um ano fecharam dois espaços. O Café Progresso, mesmo na esquina, em cuja parede pode ler-
-se ostensivamente “O Café Mais Antigo do Porto” e que, apesar do grande investimento inicial na reabilitação do espaço, não passou de uma armadilha para turistas, com comida bastante fraca para o que seria de esperar. E, depois, o Panca Cevicheria & Pisco Bar, que apostou num atendimento mais virado para quem nos visitava, esquecendo-se de que por muito boa que seja a comida, um restaurante não vive só disso.

O primeiro transformar-se-á em Cafeína Downtown e ficará nas mãos de José Avillez – aliás, o grupo do chef lisboeta comprou o grupo de Vasco Mourão, dono do extinto Panca. E o Panca transformou-se há uns meses na Tasca Vasco, também nas mãos do grupo de Vasco Mourão (está a conseguir acompanhar o enredo?).

Esta, faz hoje uma agradável simbiose entre os petiscos portugueses e alguns pratos do mundo. Tudo de uma forma comedida e cumpridora. Sem exageros ou pretensões. E foi assim, numa quinta-feira corrente, que encontrei na Baixa moelas estufadas, pastéis de massa tenra e mão de vaca para comer. Tudo espécimes que corriam sérios riscos de extinção por estas bandas.

Como fazia calor na esplanada, pedimos um tártaro de atum fresco (9,50€) para tentar equilibrar as temperaturas inconstantes que se faziam sentir. O peixe chegou em cubos tenros, envolvido em cebola, cenoura cozida, salsa e cebolinho. Por cima, gema cozida ralada e gotas de limão espremido para lhe dar frescura e acidez. Estava bom, sem surpreender. A meia desfeita de bacalhau com grão (11€) seguiu-lhe as pisadas. Não quis impressionar mas também não decepcionou (à parte do quase inexistente bacalhau). O grão cozido al dente, o puré sedoso do mesmo, os ovinhos de codorniz, a cebola em pickle, tudo mergulhado numa espécie de leche de tigre.

Por sugestão do empregado de mesa (com um atendimento profissional e atencioso, aleluia!), rematámos os pratos salgados com meia dose de costelinhas de porco bísaro (7€) que elevou a refeição um patamar. Bem preparadas, com a carne a destacar-se do osso, traziam o agradável sabor fumado e adocicado da grelha. Vinham acompanhadas de pickles caseiros de cornichons e couve branca, e com uma dose de gulosas batatas fritas aos palitos, cozinhadas em duas frituras, bem secas e estaladiças. Houve ainda espaço para uma divertida sobremesa de pêra bêbada, tenra e cozinhada em vinho do Porto, com um suspiro de mel, requeijão em espuma, azeite em pó e um inteligente equilíbrio entre a frescura, a doçura e a acidez (6€). A vontade de voltar é grande mas os preços, um pouco exagerados (uma refeição ao almoço para duas pessoas resultou num valor superior a 40€), fazem com que essa frequência seja mais comedida.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

POR DULCE DANTAS MARINHO

Detalhes

Endereço
Rua Sá Noronha, 61
Porto
Preço
15 a 25€
Horário
Dom-Qui 12.30-15.30/ 19.30-23.00, Sex-Sáb 12.30-15.30/ 19.30-00.00
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