1. Terra
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  2. Terra
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Crítica

Terra

3/5 estrelas
  • Restaurantes | Japonês
  • preço 3 de 4
  • Foz
  • Recomendado
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A Time Out diz

Nunca gostei de dados adquiridos ou de pessoas garantidas. É meio caminho andado para o deixa andar e para que o tédio e o desinteresse se instalem na vida como lapas agarradas a uma rocha. Prefiro a busca constante pela felicidade. Esteja ela no amor ou à mesa. E com isto quero dizer, que 
a relação entre um homem e
 uma mulher é muito parecida à relação que um homem ou uma mulher têm com um restaurante e com a sua comida. Se esta não os espicaça de vez em quando, se não lhes apimenta a vida, lá se vai o entusiasmo. Lá se vai o encanto.

O Terra, de Vasco Mourão, também dono do Cafeína, é 
um daqueles casos em que se instituiu que era bom porque era bonito e porque era frequentado por gente fina da Foz. E como o ser humano é comodista, habituou-se e continuou a lá ir como se da missa se tratasse.

Este é, portanto, o meu acto de contrição. Assim que passei
a ombreira da porta, senti que me deparava com uma daquelas namoradas do secundário, jeitosa, mas com pouca coisa a dizer, e que, quando percebeu que eu estava todo embeiçado por ela, passou a ignorar a minha súplica de afecto.

Mas a carne é fraca e, já que
ali estava, sucumbi à tentação
de procurar outro restaurante para almoçar. Duas horas depois fazia a minha walk of shame. Pensava cabisbaixo no bom pesto do couvert, mas também no pão sem piada que acompanhava. Pensava nas gyosas de entrada que me deixaram desconcertado sem saber se eram de peixe ou carne por causa da falta de sabor. O glaceado que as envolvia, uma redução de mel e laranja, com filamentos crocantes desta, fizeram-me lamber os dedos. Mas foi só. A sopa miso tinha um bom caldo, mas não me aqueceu o coração. E o resto também não impressionou.

Pedi à confiança um daqueles sets de sushi. No piso debaixo há um sushi bar do qual se orgulham, portanto, não podia correr mal. Não estava
 a correr mal até meter à boca
 um hosomaki frito, com uma tempura mole e fria, e um bocado de queijo creme em cima. Sempre achei que sushi frito é sushi que sobrou do dia anterior. E foi isso que pensei.

O risoto de pato com laranja e gengibre, além de vir com pedaços de cartilagens e de queijo mal derretido, sabia fortemente a laranja, pouco ao pato, e a nada
ao gengibre. Antes da conta
que ultrapassou os 40€ para
duas pessoas, vieram ainda as sobremesas: um carpaccio de ananás com sorvete de lima fresco e agradável, e uma mousse de chocolate banal, como qualquer namorada de secundário que não deixa grandes recordações.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Detalhes

Endereço
Rua do Padrão, 103
Porto
4150-559
Preço
Até 40€
Horário
Dom-Qui 12.30-15.00/19.30-00.00; Sex-Sáb 12.30-15.00/19.30-01.00
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