1. The George Restaurant & Terrace
    © João Saramago
  2. The George Restaurant & Terrace
    © João SaramagoThe George Restaurant & Terrace
  3. The George Restaurant & Terrace
    © DRO norte é servido à mesa do The George

Crítica

The George Restaurant & Terrace

3/5 estrelas
  • Restaurantes | Português
  • preço 3 de 4
  • Vila Nova de Gaia
  • Recomendado
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A Time Out diz

Há sempre um coração que bate mais forte cá dentro. Que é maior do que todos os outros corações. Que é mais carnudo 
e suculento, mais doce e cheio de amor. 
É assim o coração de boi, o meu tomate favorito entre todos os tomates que existem na Terra. Não provei todos os tomates que existem na Terra, como devem imaginar, mas quando se gosta realmente de alguma coisa, assim é: o mundo deixa de existir. E, para mim, não há tomate como aquele.

Podia dizer-vos que quando chegava o Verão comia cestos de tomates coração de boi vindos da quinta dos meus avós, mas vou passar essa reminiscência adiante e falar de uma outra coisa mais importante:
 o tomate coração de boi salva uma salada mista, embeleza-a, eleva-a, e se for regada com um fio de azeite, tanto melhor. Mas não lhe podemos atribuir o ónus da redenção se emparelhado com folhas verdes e tomate cereja sem graça e umas rodelas de queijo de cabra panadas já muito gastas (9€). Digamos que de “uau, que belo começo” pouco teve. O raio do tomate é bom, mas não faz milagres.

Felizmente, a segunda entrada pedida neste restaurante da moda, instalado nas Caves Sandeman, em Gaia – que diz fazer uma viagem das montanhas do Douro até à Foz – apresentou-se mais apetitosa. Depois de comida, então, A curva do Peixe no Pinhão (8,50€), como
 é chamada, revelou-se bastante boa. Um tártaro de peixe branco misturado com barriga de porco seca ao sol e da qual fizeram uma emulsão suave que servia de ligação entre ambos, muito leve no sabor. Era um prato fresco e era um prato gordo. Era como se dividisse a minha atenção entre um mergulho no Douro e uma refeição numa cozinha transmontana a cheirar a fumeiro. Era o novo a prestar homenagem ao antigo. E que bem. O prato ficava composto com cebola roxa picada, rebentos e uma gema de ovo curada por cima, claro, elemento muito recorrente nas cartas, ultimamente.

Seguiu-se um lombo de atum mal passado e selado na chapa dentro de um pão fofo de alfarroba, de estilo brioche, com alfaces e cebola caramelizada (16€). Estava bonzinho, estava agradavelzinho mas, pelo preço, o meu comentário deveria ter sido o seguinte: “Foi um dos melhores hambúrgueres de peixe que comi na vida”. Só que não. E as batatas fritas aos palitos vinham ensopadas em óleo. Uma pena.

Para rematar os pratos salgados, pedimos a vitela a baixa temperatura com arroz caldoso (15€). A carne estava, de facto, de comer à colher, bem cozinhada e temperada, e o arroz de grão curto, cozidinho num caldo de legumes, trazia coisas comezinhas que por cá sempre andaram e que, por vezes, nos esquecemos: cenoura e ervilhas. Simples e bom.

Não saímos sem pedir duas sobremesas que, sem espanto, seguiram a mesma lógica de toda a refeição. A uma boa, como se revelou a pêra bêbada cozinhada em vinho do Porto, com creme de queijo e uma dulcíssima ganache de chocolate (5€), contrapôs-se uma outra menos interessante. A tarte de queijo de cabra era forte no sabor e isso agradou-me, mas veio com uma compota de frutos vermelhos banal e com um gelado de gelo, que deveria ter sido de vinho de Porto, onde alguma coisa correu mal (4,50€).

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Detalhes

Endereço
Largo Miguel Bombarda, 3
Vila Nova de Gaia
4430-999
Preço
30€ a 40€
Horário
Seg, Qui-Dom 12.30-15.00/ 19.00-23.00, Ter-Qua 12.30-15.00.
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