O nome não podia estar mais bem conseguido. Este Tram fica de portas abertas para o rio, mesmo no início da linha 1, que vai do Infante ao Passeio Alegre.
Decoração com muito bom gosto, mesas de madeira clara, pratos de grés vidrado e lugar para cerca de 50 comensais.
De realçar ainda o serviço - é profissional e bem formado, o que infelizmente é cada vez mais raro.
De entrada, vieram uns excelentes cogumelos carnudos, bem salteados, pimenta preta moída, com a originalidade dos coentros e do alho a lembrar Bulhão Pato, e uma salada de rúcula com balsâmico - tudo perfeito para uma refeição ligeira acompanhada de sangria.
O Joelho de Porco confitado estava excelente, crocante por fora, a carne a desfazer-se, batatas bem assadas em gomos, com casca todinha. O Magret de Pato veio emm fatias finas com a pele estaladiça, molho agridoce a ligar muito bem, a laranja doce e suculenta, grelos cozidos e a ave sem aquele sabor demasiado activo que é por vezes desagradável. No Fettuccine Carbonara, o molho de tomate com orégãos q.b. é (bem) feito na casa, a carne picada de boa qualidade. Só pecava pela pasta demasiado cozida. No capítulo doceiro, aconselho os Papos de Anjo originais ( sem massa de hóstia). Não são afundados em calda de açúcar, o que os torna mais leves, fofos e menos doces. Fiquei a lamber os beiços durante dois minutos e com vontade de pedir um reforço.
O preço situa-se nos 20€ por pessoa, o que me parece justo para a localização que tem. Levantarmo-nos da mesa e podermos esticar as pernas com o Douro na nossa frente é um privilégio. Se as pernas já não se equilibrarem na perfeição, é só esperar agarrado ao poste da frente e o Tram aparece para ajudar.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.