O Vira Lata assume-se como uma Petisqueira do Mundo. Com as portas escancaradas para a rua, toda a decoração é em segunda mão e em intencional desalinho: mesas cada uma da sua nação, umas com toalhas de plástico e outras não, rótulos de garrafas retro nas paredes, bugigangas, tachos, tarecos e uns originais candeeiros feitos com molas da roupa.
Mas vamos à comida. A Bola de carne (3€) veio com a massa húmida e achatada, especiarias a fazer lembrar o caril e o cravinho, chouriço e um final ligeiramente picante. Ainda morna, marchou muito bem com um fininho. O Prego com Serra (3€) em pão biju torrado, o serra amanteigado, sal no ponto e um pedaço de carne muito duro. À primeira trinca o bife veio todo atrás. Fiquei feliz por ainda não usar placa. Os Legumes no forno (3€), com courgette, tomate, champignons e couve repolho, já feitos e aquecidos na altura, tinham o mesmo tempero da bola. Estavam apenas razoáveis. De sobremesa, um excelente bolo de noz, com o fruto seco partido e de boa qualidade, uma crosta ligeira tipo suspiro, e umas natas bem feitas a encimar.
Tive pena de não experimentar as Arepas, famosas na Colômbia e Venezuela, recheadas com queijo ou queijo com carne de vaca picada, difíceis de encontrar em Portugal e que ficam para uma próxima visita. Serviço simpático e prestável, boa música e uma onda relax.
Não é para ir almoçar com a avó, não é para nos excitarmos com a gastronomia, (até porque não é bem um restaurante), mas nota-se uma preocupação com os preços e o espaço tem personalidade.
Por José Luís Rendeiro
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.