Limpeza e Hidratação
Um processo simples, como lavar as mãos, quando feito repetidamente e com os típicos “sabonetes de supermercado”, podem “retirar o sebo natural da nossa pele”. Quem o diz é Juliana D’Ara, criadora do Atelier 7 Artes. Às enfermeiras e médicas que são suas clientes, Juliana recomenda sabonetes com um alto potencial de hidratação, dos quais são exemplo o sabonete de azeite e litsea cubeba, “uma planta parecida com o limonete”, ou o sabonete de canela, anis e sândalo.
São quase 20 tipos diferentes de sabonetes disponíveis no site do Atelier. E em breve será lançado um novo, o sabonete de leite dourado, feito com curcuma e pimenta preta, pensado para “aumentar a nossa imunidade”. Os sabonetes custam em média 4€ e podem ser feitos tanto pelo processo de saponificação a frio como quente – estes últimos são “feitos de glicerina vegetal e não têm soda cáustica”, explica.
Liliana Dinis, da marca biológica e vegan Saponina, partilha da mesma opinião. Numa altura em que “as pessoas lavam muito as mãos, os sabonetes convencionais têm uma base lavante mais agressiva”, porque “utilizam sulfatos e substâncias químicas para endurecer o sabonete e torná-lo mais duradouro”, o que faz com que ressequem muito a pele, explica esta profissional com mais de 20 anos na área de cosmetologia.
Os sabonetes da Saponina são também feitos com ingredientes naturais, “livres de talcos e pós”, dão preferência a “óleos vegetais, manteigas e ceras”. O segredo está numa “formulação bem escolhida”. Liliana destaca o sabonete de carvão, pela sua “acção séptica e antibacteriana”, uma vez que “o próprio carvão tem também a capacidade de absorver as impurezas que possam estar na pele e fornecer uma iluminação rápida”. O sabonete de lúcuma, um super-alimento, ajuda na “regeneração celular e leva também camomila e flor de laranjeira, o que dá aquele cheirinho a lavadinho”, que todos gostamos.
Os sabonetes custam 4,90€ e são feitos por saponificação a frio, com uma “cura mínima de 40 dias”, o que faz com que nunca tenha todos ao mesmo tempo, diz, entre risos. Os seus sabonetes podem ainda ser utilizados no rosto e no corpo, uma vez que “o pH é muito idêntico ao da nossa pele”.
A Giesta é uma marca portuense criada recentemente pelas amigas Ana Costa e Gizem Tugce, e partilha com as anteriores a característica de trabalhar com ingredientes naturais, biodegradáveis e suaves para a pele, com a particularidade de alguns deles virem directamente dos seus jardins.
Segundo Ana Costa, os mais indicados para esta altura são o de jasmim e aveia, porque para além de hidratar as peles sensíveis, “tem um efeito esfoliante suave e natural”, e de rosmaninho e argila, que “ajuda a purificar e a renovar a pele”, a remover a oleosidade “sem desidratar”, para além da vantagem de ser “rico em minerais e antioxidantes”.
Nos próximos tempos serão lançadas algumas novidades como o sabonete de limão e camomila, que tem vitamina E e propriedades purificantes e relaxantes, e o sabonete de alfazema, “indicado para todo o tipo de peles”, e que é “antisséptico, anti-inflamatório e hidratante”. As encomendas podem ser feitas via Facebook ou Instagram. O preço por sabonete ronda os 4€.
A loja física do Atelier do Sabão em Espinho está fechada, mas pode encomendar no site os desodorizantes, óleos, bálsamos, velas, lufas e sabonetes. Como são feitos à base de azeite extra-virgem transmontano, pode ficar descansado que todos vão hidratar muito bem, mas o proprietário Luís Valente destaca dois: o de argila verde, onde “um dos ingredientes é um óleo chamado árvore do chá”, que é conhecido por ser antisséptico, antibacteriano “e muito bom para micoses”, e o sabonete de moringa, uma “planta antisséptica “, ideal para esta altura. Se tiver pele sensível, pode ainda experimentar o de leite de cabra ou calêndula.
Há também um pack família, para que a marca possa “chegar a todos”, mesmo a quem tem menos posses. O pack custa 10,50€ e inclui “um conjunto de cinco sabonetes que dão para todo o tipo de peles, seja bebé, adulto, com pele oleosa ou mista”. Os dois principais ingredientes são o azeite e óleo essencial de alfazema.
A pensar naqueles que não se adaptam a sabonetes sólidos, Luís menciona os líquidos, que também são feitos com azeite. Há em diferentes aromas como frutos vermelhos e maçã, e até um sabão para lavar as mãos depois de cozinhar.
Conservar o sabonete
Sabia que os sabonetes mais hidratantes são os primeiros a perder as propriedades? Segundo Ana Costa, da Giesta, “acabam por durar menos porque são moles e derretem mais facilmente”. Já os purificantes e frescos, pensados para “peles oleosas, por exemplo, acabam por durar mais, porque têm menos gordura”. E, se usar com água quente, “também derretem mais rápido”, garante.
O truque é ter uma saboneteira com uma boa drenagem. Para isso, a Saponina tem várias opções, como madeira ou cerâmica com furos. Deve também ir virando o sabonete ao contrário, “pois estando em contacto com o ar, seca mais rápido”, explica Liliana Dinis.
O aspecto destes sabonetes é também muito apetecível, o que pode dar ideia que são para poupar, mas Juliana D’Ara, do Atelier 7 Artes, lembra que “são bem melhores usados do que na gaveta”. Ao fim de um tempo, podem perder a essência e o cheirinho dado pelos óleos. Em alguns “pode demorar um ano, noutros apenas quatro meses”, por isso, o melhor é mesmo usar até ao fim, logo que possível.
Para uma hidratação extra
As pessoas com pele mais madura, que naturalmente é mais seca, podem ainda aplicar um bálsamo para as mãos, como os que estão disponíveis na Saponina, “à base de manteiga de manga, manteiga de karité e erva príncipe”, esclarece Liliana Dinis. Têm uma absorção rápida e uma “textura mais aveludada, como se fosse manteiga”. Não precisa de usar muita quantidade, mas o bálsamo deve ser colocado todos os dias, idealmente duas vezes. Liliana prefere ao deitar, “porque durante o dia fazemos várias coisas e temos mais tendência a lavar as mãos”, justifica.
Um outro boost de hidratação para as peles saturadas e gretadas são as velas de massagem que estão à venda no Atelier 7 Artes e custam 12€. Juliana D’Ara diz para imaginar “um creme que está sólido e frio e que tem um pavio para aquecer esse creme”, depois ele derrete e dá para usar nas mãos ou onde quiser. É possível também aplicar sem ligar o pavio, basta “comprimir os dedos no creme, e em contacto com a pele quente ele vai derreter”, explica. É aconselhado deitar pouca quantidade, caso contrário fica muito gorduroso e as mãos escorregam.