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Em Novembro de 2008, um grupo terrorista islâmico provindo do Paquistão levou a cabo uma série de mortíferos ataques em vários pontos de Mumbai ao longo de quatro dias, causando quase 200 mortos e mais de 300 feridos. Um dos locais escolhidos pelos terroristas foi o luxuoso e tradicional Hotel Taj Palace & Tower, usualmente referido como “The Taj”, e escolhido pelos atacantes por ser frequentado quer por indianos ricos, quer por turistas estrangeiros, em especial americanos, britânicos e australianos.
Este filme de Anthony Maras, uma co-produção entre a Austrália, a Índia e os EUA, é uma recriação do ataque ao Taj e do seu cerco pelas autoridades, que se baseia não num dos vários livros escritos sobre os atentados, e o ataque ao hotel, mas sim num documentário feito pouco depois para a televisão.
Em vez de se centrar em exclusivo nos hóspedes ou de seguir as operações de cerco e salvamento, Maras segue um punhado de clientes do hotel, de membros do pessoal que ficaram para os ajudar (“Os clientes são deuses” é o lema do Taj), vários dos quais pagaram essa dedicação com a vida, e os terroristas que atacaram o edifício. O que transforma Arjun, o criado sikh interpretado por Dev Patel (Quem Quer Ser Bilionário, O Exótico Hotel Marigold), também um dos produtores de Hotel Mumbai, num dos heróis da fita. Rodado na Índia e na Austrália, e fazendo bom uso de imagens e sons captados na altura, Hotel Mumbai é um filme eficaz, tenso e realista, que não nos dá um momento de repouso e exibe uma forte componente documental.
Por Eurico de Barros