São Pedro do Estoril
Francisco Romão Pereira
Francisco Romão Pereira

As melhores coisas para fazer em São Pedro do Estoril

Próxima paragem: São Pedro do Estoril. Além da praia, não faltam opções com que se entreter – do surf aos restaurantes e até à arte.

Ricardo Farinha
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É entre a Parede e São João que se esconde São Pedro do Estoril, uma das paragens da linha de comboio de Cascais – mas, mais do que isso, uma paragem obrigatória no concelho. Embora não seja a maior ou a mais famosa, não faltam coisas para fazer. A praia vale a visita quer no Verão, para apanhar banhos de sol e mergulhar entre as rochas, quer no Inverno, para passeios ou tardes na esplanada a olhar para o mar. Ali, também se pode descobrir a enorme biodiversidade local, conhecer uma ponte histórica ou espreitar o célebre Castelinho de Nossa Senhora de Fátima, que ganhou a fama de estar assombrado. Terra fértil para o surf, mas também para a petanca, São Pedro do Estoril tem ainda de estar em qualquer roteiro gastronómico da linha. Do peixe fresco aos petiscos portugueses, passando por especialidades mexicanas, sobremesas artesanais ou brunch com vista para o mar, não faltam opções para encher a barriga. Conheça o melhor de São Pedro do Estoril em 20 paragens.

+ O que há de novo em Cascais

As melhores coisas para fazer em São Pedro do Estoril

  • Atracções
  • Praias

Um areal extenso, água transparente, um pontão para passear e, em horas de maré vazia, várias rochas a deixar poças à vista para os mais velhos se porem de molho e os mais novos explorarem com os camaroeiros sim, vale a pena levá-los. A praia de São Pedro do Estoril está protegida por uma rocha alta, por isso é abrigada do vento.

  • Mexicano
  • Cascais
  • preço 2 de 4
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

É um dos mais conhecidos restaurantes de São Pedro do Estoril. Fundada em 2019, esta taqueria mexicana tornou-se tão popular na região que no final de 2023 se expandiu para Lisboa, com um espaço no Chiado. É um projecto da mexicana Natasia Ocejo em conjunto com o marido português, Tiago Marques, e um amigo, Luís Frazão. Fiel aos sabores tradicionais, ali servem-se deliciosos tacos, enchiladas, quesadillas, tostadas e até alguns ceviches. Não deixe de também pedir, claro, uma dose de nachos e guacamole ou queso fundido, a melhor forma de começar a refeição. Com zona interior e uma pequena esplanada, o Paco Bigotes tem apontamentos mexicanos um pouco por todo o lado. Não aceitam reservas – e por vezes a fila é longa – mas as margaritas, tequilas, mezcal e outras especialidades típicas mexicanas ajudam na espera.

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  • Bebida

Umas portas ao lado do Paco Bigotes fica a irmã Compañia de Bebidas, dos mesmos donos. A inspiração mantém-se mexicana, mas aqui o destaque vai para os cocktails. É sobretudo um bar, embora também sirva alguns petiscos, como ribs ou chicken wings, não vá o estômago dar horas. Vários dos cocktails são à base de café. Prove, por exemplo, um El Temazcal  whiskey e amaretto com toranja e xarope de caramelo salgado, tudo servido com o devido aparato: fumo e campânula. Também pode dar uma oportunidade ao Copal, de tequila infusionada com hortelã, framboesa, pimenta rosa e rosé bruto.

  • Compras

A marca criada pelas irmãs Rita e Madalena Rugeroni em 2022 dedica-se por completo às jardineiras clássicas para miúdos (e não só!), com padrões coloridos e divertidos, e feitas com materiais de qualidade, que prometem durar uma vida inteira. Embora tenha uma loja online, a Favorite People tem um showroom em São Pedro do Estoril, que promete abrir de vez em quando ao público e onde se podem conhecer as peças das diferentes colecções ao vivo e a cores – muitas cores.

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  • Atracções
  • Praias

A praia de São Pedro do Estoril é uma das mais conhecidas para o surf na Linha. E não é por acaso que ali funciona uma das escolas mais antigas da Linha – aliás, do país! A Surfin S Pedro nasceu em 1998 e organiza aulas de grupo e individuais para todos os interessados na modalidade, sejam miúdos ou adultos. Nas férias, há sempre surf camps, para manter as crianças entretidas no vai-e-vem das ondas. Saiba mais no site da escola. Em alternativa, pode inscrever-se na Art of Surf School, que opera a partir das instalações do restaurante de praia Mar d’Sal.

Depois de quatro anos de sucesso na Casa da Guia, o eco-lounge brasileiro Palaphita chegou a São Pedro do Estoril. Chama-se Palaphita Deli & Market e é o novo vizinho do lado do Fauna & Flora, mesmo em frente da Marginal. Ao contrário do espaço aberto e envolto na natureza que existe em Cascais, este irmão mais novo fica numa loja convencional, mas com um conceito distinto  é uma concept store e uma delicatessen, um sítio onde dá para almoçar uma refeição leve, comprar mercearias para casa ou uma série de outros itens, desde roupas a plantas, de produtos gastronómicos regionais a peças de swimwear, passando por pranchas de surf, artesanato indígena e cosméticos naturais.

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  • Cascais

Depois da Madragoa e dos Anjos, o Fauna & Flora conhecido pelos pratos de brunch ou de pequeno-almoço expandiu-se além-capital para se instalar em São Pedro do Estoril em 2021. Na carta não faltam as panquecas, bowls e smoothies que deram fama à marca em Lisboa. Mas aqui, porém, há algo que não há em mais lado nenhum: vista para o mar. Para dar as boas-vindas a 2024, o restaurante preparou uma série de novidades para o menu do Estoril. Agora pode provar a tosta raclette, a bowl de salmão e noodles, a salada caesar, o Farm Burger (de hambúrguer de novilho maturado com maionese, mostarda, ketchup, picles de pepino, cheddar, agrião e cebola roxa, em pão brioche) e o Bosque Verde Burger (de proteína vegetal com maionese vegan, mostarda, ketchup, pickles de pepino, cheddar vegan, agrião e cebola roxa, em pão brioche).

  • Coisas para fazer
  • Cascais

Foi o primeiro “zero energy building” do país e tem uma exposição que mostra os seres vivos e os minerais que compõem esta região, das estrelas do mar aos diversos peixes, passando pelas anémonas. Ali também se pode descobrir informação histórica sobre as grutas de São Pedro do Estoril, escavadas na encosta pelas pessoas que ali habitavam há cinco mil anos.

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  • Petiscos
  • Cascais
  • preço 1 de 4

É um dos restaurantes de petiscos mais castiços da Linha. Serve croquetes de alheira, queijo brie panado, salada de polvo, pica-pau, e, para quem ainda tiver fome, um bom bitoque. Mas também há pratos mais compostos, como a espetada à madeirense ou o entrecosto grelhado com arroz de feijão e batata frita. Dentro ou fora, prove ainda o polvo à moda do Boteco, grelhado com batata a murro, couve pak choi salteada e pimentos assados; ou o bacalhau à Zé Manel, com desfeita de batata a murro, grão e grelos. Na mesa costuma aterrar um balde de minis fresquinhas, que vai sendo abastecido à medida que a refeição avança.

Cinnamon rolls, banana bread, american cookies, brownies, brigadeiros, croissants, tarteletes ou bolos à fatia. A Poppy Pâtisserie é o sítio certo para provar produtos artesanais originais de pastelaria, idealizados por Rebeca Catalão. Há sempre uma novidade ou outra, pelo que o menu nunca é exactamente igual.

O projeto começou em 2020, primeiro online; e desde Abril de 2023 que se mudou para aquele espaço, onde antes funcionara uma mercearia. “Fiz um curso de produção alimentar, mas nunca exerci”, explica Rebeca. “Achava que era muito custoso. Ao mesmo tempo, sempre gostei muito de pastelaria e ia fazendo bolos para amigos. Portanto, foi um processo natural, e a marca foi crescendo.” O espaço não é muito grande, mas no exterior existe uma esplanada acolhedora, com direito a aquecedor e a cobertura nos dias mais frios.

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  • Atracções
  • Cascais

É um dos mais célebres palacetes da Linha e, ao longo dos anos, ganhou a fama de estar assombrado. Construído em 1927, com um estilo de arquitectura neogótico, as suas características medievais e o facto de ter estado abandonado durante vários anos levou a que muitos o associassem a fantasmas. Por detrás dos relatos de arrepiar poderá estar a história de uma menina, que morava numa casa perto do castelinho e que terá caído acidentalmente das arribas. Reza a lenda que os pais dessa criança ofereceram a moradia, em sua memória, a uma instituição de apoio a invisuais. Porém, há quem diga que essa menina era na verdade filha dos primeiros proprietários do chalet, continuando a deambular pelos muros da propriedade com uma boneca na mão. Pelo menos é o que jura a pés juntos quem diz já a ter visto, como o marchant José Castelo Branco, que ponderou comprar a casa em 1983.

É pouco provável que dê caras com quaisquer fenómenos sobrenaturais quando ali passar na Marginal, mas vale a pena espreitar o edifício, um dos mais emblemáticos de São Pedro do Estoril, que foi vendido em 2016 por três milhões de euros. É também conhecido como a casa do Dr. Cebola, em homenagem ao seu primeiro proprietário, o psiquiatra Luís Cebola.

De frente para a Marginal, encontra-se o restaurante O Mira, uma tasca fundada nos anos 90 que em 2022, com uma nova gerência e algumas obras, se tornou num restaurante mais sofisticado e directamente ligado ao mar. Isso nota-se na decoração cuidada e na carta: a grande especialidade é o peixe feito na grelha a carvão. Também pode pedir arroz de marisco, polvo à lagareiro, açorda de gambas ou entradas como o paté de sapateira e camarões de Espinho. Se não estiver para aqui virado, servem alguns pratos de carne, como bife do lombo ou secretos de porco.

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  • Desporto

Se no mar o rei é o surf, na terra o desporto mais associado a São Pedro do Estoril é bem capaz de ser a petanca. Prática enraizada há várias décadas na região, foi no final dos anos 90 que se formou ali o Clube de Petanca de São Pedro do Estoril. Organiza torneios regulares e tem uma cafetaria/restaurante de apoio onde o convívio se prolonga antes, durante e após os jogos.

  • Atracções

Antes de ser São Pedro do Estoril, nome que ganhou em 1926, esta zona da Linha era conhecida como Cai Água. Tudo graças à foz da Ribeira de Caparide, que ali desagua no mar através de uma cascata que é possível conhecer. Mais: a água atravessa por baixo da ponte filipina, uma construção do século XVII, única no concelho, com dois arcos de volta perfeita. A ponte fazia parte da antiga estrada militar que unia Lisboa a Cascais, com todas as fortificações de costa pelo meio, e foi construída durante o reinado de Filipe II. Com a edificação da Marginal nos anos 40, perdeu a sua importância utilitária, mas mantém-se como uma ponte histórica em Cascais que pode (e deve) ser conhecida.

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É a clássica esplanada de praia, com hambúrgueres, cachorros, saladas, sandes, tostas e sangrias. Apesar do politicamente correcto ser dizermos que a especialidade da Esplanada de São Pedro são as pizzas (a bestseller chama-se São Pedro e tem cogumelos, frango, banana e ananás), a verdade é que o melhor são as caipirinhas. Mesmo em cima do areal e com vista para o mar, é um óptimo destino para uma refeição leve e muitos brindes. Não tem multibanco, mas finalmente instalaram uma máquina para levantar dinheiro mesmo lá ao lado, sem precisar de atravessar a marginal para pagar a conta. 

É o outro restaurante da Praia de São Pedro do Estoril. Com uma decoração bastante mais cuidada, o Mar d’Sal tem uma ementa enorme, que vai do sushi aos ceviches, passando pelas poke bowls ou pratos portugueses e italianos. A ideia é mesmo ter opções para todos os gostos: há espetada de tamboril, risotto de cogumelos, salada de atum braseado, caril veggie ou pelo ceviche do chef. O Mar d’Sal também recebe eventos, desde festas de aniversário a jantares de grupos, e pode ter DJ sets.

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  • Desporto

Se gosta de artes marciais e já tiver pensado em experimentar jiu-jitsu técnicas de combate ancestrais originárias do Japão pode fazê-lo em São Pedro do Estoril na MR Academy. Tanto há aulas para miúdos como para adultos principiantes ou avançados. E, claro, é possível fazer uma aula para experimentar, sem compromisso. Conheça todos os serviços no site oficial da escola.

Fica à beira-mar, mas náo é só peixe. Também se pode provar bifes argentinos em São Pedro do Estoril. É a grande especialidade na La Lombonera, que serve bifes da vazia, picanha, maminha ou entrecosto português com maturação de 30 dias, entre muitos outros cortes. Servem ainda tábuas com diversas especialidades e petiscos, desde a proveleta ao carpaccio de novilho, passando pelo bife tártaro. 

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  • Arte

Nascido em Cabo Verde em 1945, David Levy Lima está em São Pedro do Estoril há mais de cinco décadas. Veio para Portugal nos anos 1960, com a intenção de prosseguir os estudos, mas acabou por se tornar autodidata: para pagar as contas, começou a pintar e vender os quadros a galeristas. Inicialmente, retratava sobretudo momentos históricos, dramáticos e pesados, mas com os anos, começou a aderir a um traço mais largo e colorido, com imagens que revelam tranquilidade. O ponto de viragem aconteceu em 1992, quando sofreu um AVC.

Gosta de pintar referências ao seu país, das paisagens naturais às batukadeiras, mas também Cascais, Lisboa ou Sintra, entre algumas odes ao corpo feminino. Em São Pedro do Estoril, junto da Marginal, é possível visitar o seu atelier, conhecer e adquirir as pinturas, espalhadas pelo pequeno espaço mas também pelo passeio em frente. Com um currículo preenchido, David Levy Lima já ganhou múltiplos prémios e participou em exposições internacionais. E continua a fazer pinturas por encomenda. A arte corre no sangue da família e David tem dois irmãos também pintores. Além disso, é tio de Luís Levy Lima, herdeiro do dom, que já pintou quadros para Madonna.

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