Provavelmente nunca reparou, mas há muitas obras de arte espalhadas pela cidade e, algumas delas, estão mesmo debaixo do seu nariz. A pensar na sua cultura geral e artística, reunimos 16 obras de arte para ver no Porto, de visita obrigatória. Da pintura à escultura, passando pela arte urbana, onde aparecem murais grafitados, até colecções únicas de soldadinhos de chumbo em museus, aqui tem um pouco de tudo. Para admirar sozinho ou acompanhado, com amigos ou em família, pegue nesta lista, dê um passeio pela cidade e aplauda os artistas da Invicta.
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Daniel Eime
O Porto é um lugar ímpar pela sua beleza arquitectónica, pela sua História e pelos seus habitantes. Vai daí, o artista Daniel Eime, conhecido internacionalmente, decidiu retratar o rosto de uma habitante da zona Ribeirinha na fachada de um prédio do Largo de Artur Marcos, em Miragaia.
Frederico Draw
Frederico Draw criou o an.fi.tri.ão, na Avenida Vímara Peres, junto ao tabuleiro superior da Ponte Luís I, para dar a ideia de ter sempre ali alguém a convidar quem passa a entrar no Porto. O an.fi.tri.ão é um retrato do avô do artista e faz as delícias dos turistas que lhe apontam as objectivas.
Mr. Dheo e Hazul
Contrariando o estigma e a negatividade associadas aos bairros sociais, e numa procura de acrescentar diversidade à cultura da cidade, a autarquia do Porto deixou nas mãos de Mr. Dheo e Hazul a pintura de fachadas de dois prédios. Mr. Dheo pintou este mural, chamado Modern Religion, no Bairro de Francos, e Hazul expressou-se no Bairro do Carvalhido.
Mesk, Fedor e Mots
A Rua Miguel Bombarda é uma espécie de galeria de arte ao ar livre. Entre muitas outras obras, aqui poderá encontrar o mural D. Quixote & Sancho Pança, da autoria dos artistas urbanos Mesk, Fedor e Mots, com 130 metros quadrados.
Vhils
Vhils está para a arte urbana como Amália está para o fado: é provavelmente o mais internacional dos artistas portugueses quando se trata de adornar paredes, por exemplo. Esta é a segunda obra de Alexandre Farto na cidade e a primeira em espaço público. O elemento central da obra, que ocupa a fachada de um edifício histórico onde funciona o Look at Porto, um cinema 5D, é o desenho de um olho que está constantemente a contemplar a cidade a céu aberto. Demorou três dias até estar concluída.
Hazul Luzah e Mr. Dheo
É o primeiro graffiti legal do Porto. A parede do parque de estacionamento da Trindade, com uma área global de 250 m2, serviu, em 2014, de tela para um trabalho híbrido de dois artistas nortenhos com vários desenhos espalhados pela cidade. O mural roça os domínios do hiper-realismo e do imaginário, incentivando o reconhecimento público dos artistas de rua. Um local altamente instagramável.
Paula Rego
Há muitas e boas razões para ir ver esta obra. Primeiro, porque se é apreciador do talento da artista portuguesa radicada em Londres, que reflecte no seu trabalho fortes influências surrealistas e cenários rocambolescos, não vai ficar desapontado; e depois porque Serralves vale sempre uma visita. The Vivian Girls on the Farm faz parte de uma série de pinturas e desenvolve-se em torno de sete princesas, filhas de Robert Vivian, escravizadas e torturadas por soldados.
Amadeo de Souza-Cardoso
É na Casa-Museu Teixeira Lopes que mais pintores modernistas portugueses vivem por metro quadrado no Porto. Se por lá der um salto vai encontrar telas de Abel Manta, Sarah Afonso, Almada Negreiros, Júlio Pomar, Mário Eloy ou de Amadeo de Souza-Cardoso, onde se destaca, como pode ver na imagem, uma guitarra, ou viola, no centro, e claras influências cubistas. “Os instrumentos musicais ganham força nas telas de Amadeo produzidas durante a I Guerra Mundial”, contextualiza Marta Soares, historiadora de arte e curadora. A não perder.
José Rodrigues
Criado em 1963, foi a prova de tese do artista para a conclusão do curso complementar de Escultura, e está nos jardins de Belas Artes, na companhia de outras peças de autores como Soares dos Reis e Teixeira Lopes. O artista começou por chamar-lhe de “Guerreiro”, símbolo da vitória do povo angolano, com um escudo que reflectia o sol de Angola. É uma obra marcante do currículo de José Rodrigues, também autor do famoso Cubo na Ribeira. É lá dar um salto.
Teixeira Lopes (pai)
Situa-se na Praça da Batalha a homenagem ao monarca, cuja morte precoce, aos 24 anos, encheu o país de comoção. Esta escultura, inaugurada em Fevereiro de 1866, trata-se do primeiro monumento de estatuária da cidade. A obra da autoria de Teixeira Lopes (pai) está colocada num pedestal monumental em forma octogonal, relevado nas quatro faces, com os emblemas da religião, os emblemas da indústria, os emblemas da agricultura e os emblemas das artes.
Rui Ferro
Esta escultura é inspirada no desenho da artista iraniana Mahboobeh Pakdel, vencedora do prémio PortoCartoon 2016, e apela à solidariedade e à cidadania. O ferro da escultura remete-nos para a estrutura e as ligações que nela se estabelecem, representando um pedido de socorro, na esperança da construção de uma nova utopia civilizacional.
Rogério de Azevedo
A homenagem a Arnaldo Gama, romancista histórico do Porto, plantada no topo do que resta da Muralha Fernandina, tem um carácter simbólico forte. No seu lugar, habitou em tempos a estátua do soldado romano "Porto", de Sousa Aldão, que evocava a memória da história da cidade. O romancista herdou o lugar por ter cultivado essa mesma história nas suas ficções.
Graça Morais
O Café Guarany abriu as portas em Janeiro de 1933 e apresentou um alto-relevo em mármore de um índio, concebido pelo escultor Henrique Moreira. Setenta anos mais tarde foi a vez de Graça Morais dar um ar da sua graça a este café na Avenida dos Aliados. A artista retratou o quotidiano da tribo Guarany, dando enfoque à maneira como organizam o seu dia-a-dia, que instrumentos usam e quais os seus desejos e angústias. Peça um café e sente-se a apreciar os dois painéis.
Júlio Resende
O Café vem um pouco na mesma onda. Estes painéis cerâmicos instalados na Confeitaria Sical contam a azáfama da produção de café, como o transporte dos sacos com o grão, desde os barcos até ao armazém, actividade que a Sical exercia nos anos 50, uma vez que começou por ser apenas um local onde se vendia café da marca. Aqui, só mais tarde é que este passou a ser consumido à chávena.
Guilherme Camarinha
Deixemos a comida de parte por breves instantes, já que o restaurante Portucale, na Cooperativa dos Pedreiros, tem vários outros atributos: é um excelente miradouro e um espaço para apreciar as tapeçarias do pintor Guilherme Camarinha (1912-94). São quatro e estão na sala de estar do restaurante, existindo uma quinta, com outro tema, à entrada do edifício. Numa das quatro tapeçarias vê-se o rio Douro “com barcos rabelos para o transporte do vinho do Porto, vindimadores, parras e uvas”, diz Luís Pinto Nunes, da Faculdade de Belas Artes.
Vários autores
O ex-líbris do Museu Militar do Porto é a colecção de 16 mil soldados em miniatura que representam exércitos de todo o mundo, e que aborda a evolução do guerreiro desde a antiguidade à actualidade. Além dela, há ainda muito armamento ligeiro, equipamentos, uniformes e artilharia pesada para apreciar.
Nem todas as cidades podem orgulhar-se da quantidade e da qualidade dos seus museus. Aqui existem em abundância para todos os gostos e épocas, da escultura à imprensa, do futebol à pintura... Por isso, visitar os melhores museus no Porto devia ser instituído como uma disciplina obrigatória nas escolas do país ou como programa não-facultativo aos fins-de-semana.
Corremos as ruas do Porto à procura de segredos e curiosidades sobre a cidade. O resultado é uma lista de 40 coisas que tem de saber sobre o Porto para impressionar e quebrar o gelo em qualquer situação. Vamos a isto?
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