Corremos as ruas da cidade à procura de segredos e curiosidades. O resultado é uma lista de 40 coisas que tem de saber sobre o Porto para impressionar e quebrar o gelo em qualquer situação. Vamos a isto?
Em 2054 a UEFA vai desenterrar uma cápsula do tempo em Nyon, na Suíça, e o FC Porto é o único clube português representado. Estão lá uma bola autografada pelo plantel vencedor da Liga dos Campeões em 2004 e umas luvas do Vítor Baía.
O molho da francesinha do Café Santiago é feito há 35 anos na mesma panela. A partir do momento em que descobriram a receita perfeita nunca mais a mudaram. Tanto que há tempos tiveram que comprar outra e escolheram uma igualzinha, com as mesmas medidas e tudo.
Há tradições que ninguém sabe onde nasceram nem porquê. O que é certo é que quem não buzina no túnel da Ribeira não é tripeiro. E quanto mais alto melhor. Mesmo com dois grandes sinais de proibição nas entradas.
À terça-feira à tarde, a partir das 16.00, há fado vadio na Adega Rio Douro, perto da Marginal. Até vai aplaudir de pé.
No dia 23 de Dezembro de 1909, por causa de uma das maiores cheias alguma vez vistas no Porto, o rio Douro esteve a 80 centímentros do tabuleiro inferior da Ponte Luís I. A solução apresentada era destruir a ponte com explosivos, mas tudo se resolveu. Ufa.
No Muro dos Bacalhoeiros há uma placa a homenagear José Luís Gomes de Sá, inventor do bacalhau à Gomes de Sá. Está por cima da porta número 114, onde ele morou. Em sua memória, peça este prato na próxima refeição que fizer. Bom apetite.
Ninguém sabe ao certo o significado das festas do São João. Uns dizem que ajuda nas sortes amorosas relacionadas com o casamento e a felicidade, outros dizem que nasceu dos cultos pagãos ao Sol e ao fogo.
Existem símbolos semi-escondidos na Sé Catedral. São em baixo-relevo e isso faz com que muita gente nunca os tenha visto. Um deles é um barco coca, uma embarcação utilizada no comércio marítimo e é a mais antiga representação iconográfica de um navio português.
Os provadores do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, elementos essenciais no processo de certificação dos vinhos, não podem usar perfumes nem champôs com cheiro para não contaminar a prova.
Há uma garrafa de Vinho do Porto escondida na Real Companhia Velha há mais de 250 anos. Data de 1765 e está guardada dentro de uma redoma de vidro. Há mais de 150 anos que ninguém lhe mexe.
Desengane-se quem pensa que o povo do Norte diz muitos palavrões. Aqui não existe esse conceito: c*ralho e f*da-se são usados como vírgulas.
Na Casa Guedes são consumidos entre 20 a 30 queijos da Serra por dia. Vêm de Celorico da Beira e são usados para acompanhar as famosas sandes.
Quando um edifício tem uma figura de S. Miguel Arcanjo na fachada significa que pertencia ao Cabido, ou seja, aos cónegos. Nos prédios 192, 202 e 224 da Rua das Flores ainda os pode ver, com a sua espada em riste.
Fofo, doce e cremoso como é, acreditamos solenemente que o chantilly da Leitaria da Quinta do Paço é confeccionado por anjos. E tal como nos anos 50, continua, nos dias de hoje, a ser feito só com nata batida e açúcar. Prove ainda o éclair com doce do Porto, uma especialidade da casa.
Na Rua da Madeira há um painel onde pode ver a cidade aos quadradinhos. “Quem és Porto?” é o trabalho idealizado por Miguel Januário. No Verão de 2015 foi posto em prática por portuenses que pintaram três mil azulejos com imagens e textos relativos à cidade.
A esquina que liga a Rua de Santa Catarina à Rua 31 de Janeiro é considerada Património Mundial da UNESCO. A fachada em ferro preto é original da Ourivesaria Reis & Filhos que, entretanto, foi substituída por uma concept store.
Não é um museu mas quase. A Livraria Chaminé da Mota, do alfarrabista de 85 anos Pedro Chaminé da Mota, tem um milhão de livros distribuídos por quatro andares. Dê lá um salto, mas não perca a cabeça.
Pode tomar o pequeno-almoço buffet no melhor hotel vínico do país, o The Yeatman. São 22€ que pagam bem a boa comida e a bela vista sobre o Porto.
Gustave Eiffel tinha um gabinete de trabalho no Palácio da Bolsa. A escrivaninha que utilizava continua lá, mas nem sonhe em chegar perto.
No Estádio do Dragão há um painel de azulejos com o nome dos 52 mil sócios que estiveram presentes no jogo de inauguração. O jogo foi contra o Barcelona, a 16 de Novembro de 2003, e ficou 2-0.
A Sinagoga Kadoorie Mekor Haim, na Rua Guerra Junqueiro, é a maior da Península Ibérica e uma das maiores da Europa. Foi fundada em 1938 pelo capitão Artur Carlos de Barros Basto, curiosamente, tio-bisavô da actriz Daniela Ruah.
O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto desafiou o arquitecto Siza Vieira a criar um copo oficial para beber Vinho do Porto. Foi apresentado em 2011 e é produzido na Alemanha. Tchim-tchim.
Existem lojas no Porto com nomes tão sugestivos que decidimos decifrá-los aqui: TUPAEL significa Tudo Para Electricidade, e Café Onital é Café Latino ao contrário. Há outros, contudo, que não precisam de grandes explicações, como o Motel Paraíso do Braseiro e Adega do É Aqui, para que não restem dúvidas sobre a localização.
No The Artist Bistrô, o hotel na Baixa, todos os empregados, da recepção ao restaurante, são alunos da Escola de Hotelaria do Porto.
Quem é que nunca comprou um pretinho da sorte no Senhor de Matosinhos? Dizem as senhoras que o vendem que tem de andar sempre na mala para dar sorte, e se o trocarmos com algum amigo, tem ainda mais efeito.
A Casa da Música foi classificada pelo The New York Times como "uma das mais importantes salas de espectáculos construídas nos últimos 100 anos".
Há um mapa da autoria de Hazul Luzah, artista portuense, através do qual é possível descobrir 56 pinturas que fez em diversas zonas da cidade, como a Trindade, Miragaia ou Virtudes. O Mapa Hazul, como é chamado, é gratuito e pode ser encontrado na Cooperativa Árvore, na DaVinci art gallery, na Yours Guesthouse e na Dedicated Store.
O Capa Negra tem um crepe delicioso que não está na carta, mas que é um dos mais pedidos pelos clientes antigos. É o crepe com mousse de chocolate, chantilly e chocolate quente. Para valentes, portanto.
O farol de Leça da Palmeira é o segundo maior de Portugal: tem 46 metros, 225 degraus e um alcance luminoso de 28 milhas náuticas. É apenas ultrapassado em altura pelo farol da Barra, em Ílhavo, perto de Aveiro. Este, o maior do país, mede 62 metros, mas tem um alcance de apenas 23 milhas náuticas.
A Flor do Gás, a embarcação que faz a viagem entre o Porto e a Afurada, demora cinco minutos a chegar de uma margem à outra do rio. Transporta pessoas desde 1961 e o bilhete custa 1,50€. É um amor fugaz mas que vale a pena viver.
Vila Nova e Gaia foram localidades autónomas até 1383, altura em que foram integradas no julgado do Porto. Só aí é que a zona passou a chamar-se de Vila Nova de Gaia. Vivem juntinhas desde então.
A Rua das Oliveiras ficou com este nome porque na Idade Média existia nesta zona um grande olival.
Há um crocodilo de cinco metros embalsamado e suspenso no tecto da Casa Crocodilo, uma loja especializada em couros e cabedais. Veio do Brasil e custou, em 1948, 30 escudos a Tomás Coutinho, fundador da casa.
A antiga Ourivesaria Aliança, na Rua das Flores, foi considerada a maior ourivesaria da Península Ibérica nos anos 50. Em 2014 foi recuperada para dar lugar à galeria comercial Jóia da Coroa.
O Paparico tem exactamente 1200 referências de vinho. A mais cara custa 2100€.
O Bonaparte e o seu fundador, Klaus Teichgraber, são mencionados em vários livros de Francisco José Viegas, um dos clientes mais fiéis do pub. Em Morte no Estádio, um ponta de lança é assassinado em frente a um "bar irlandês em plena Foz portuense", por exemplo.
A Escola de Magia do Porto, situada na Foz, foi criada em Setembro de 2011 e é um caso único no país no que toca à arte do ilusionismo. O curso está dividido em três anos e os alunos só têm de ter mais de dez anos para se inscreverem.
Diz a tradição que quem saltar a fogueira na noite de 24 de Junho, em número ímpar e num mínimo de três vezes, fica protegido de todos os males durante um ano.
A Sapataria Parisiense, que existe em Matosinhos há 120 anos, é um verdadeiro relicário de sapatos vintage, com exemplares dos anos 70, 80 e 90. Fazem sapatos à medida, inclusivamente para pés que chegam ao número 54.
O Porto merece muito mais do que apenas um fim-de-semana. Mesmo assim, se estiver apertado de tempo e só puder desfrutar de 48 horas por cá, nós dizemos-lhe tudo o que pode fazer, comer e visitar, e que não pode perder. Escolha os sapatos mais confortáveis, pegue na garrafa de água e faça-se ao caminho. Há muito Porto para conhecer.
Às vezes não há como uma tarde, ou mesmo um dia inteiro, sem ninguém por perto. É para esses dias que esta lista das melhores coisas para fazer sozinho no Porto dá jeito. E acredite: com tanta coisa para ocupar o tempo e a mente não vai sentir falta de companhia nenhuma.
É a zona mais concorrida do Porto mas ainda guarda muitos segredos – senhora que se preze nunca revela tudo. A equipa Time Out andou a farejar a cidade (e alguns livros) para reunir segredos e curiosidades sobre a Baixa. Do passado e do presente, para saber e visitar.
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