Encontros da Imagem
DRErica Nyholm, na Biblioteca da Universidade do Minho, em Guimarães
DR

Encontros da Imagem: 30 anos a encontrar imagens

Em ano de aniversário, o festival Encontros da Imagem leva a fotografia a circular por cinco cidades. Fizemos o roteiro

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Tudo começou em 1987, numa associação ligada à fotografia e ao cinema amador. Nos 30 anos que se seguiram, o conceito dos Encontros da Imagem ganhou corpo, evoluiu com os tempos e consolidou-se como um dos mais importantes e antigos festivais de fotografia da Europa. Numa edição especial de aniversário, autores de todo o mundo, emergentes e veteranos, espalham-se a partir de Braga por Barcelos, Guimarães, Famalicão e Porto, num total de 49 exposições entre 15 de Setembro e 29 de Outubro.

Encontros da Imagem: 30 anos a encontrar imagens

Braga, o epicentro

Uma fatia significativa das exposições concentra-se no Mosteiro de Tibães, onde pode ver, por exemplo, João Mota da Costa a captar a serenidade do final de uma intervenção cirúrgica, Nuno Andrade a espreitar as vidas marginais das pessoas de uma praia esquecida na margem sul do Tejo ou Rafael Machado a sorver o universo emocional do poeta Al Berto. No Museu Nogueira da Silva, uma exposição (fotografia, instalação e vídeo) de Jon Grospe olha para a forma como a humanidade cria resíduos e os move para espaços onde deixa de os ver (mas eles continuam a existir). Na Biblioteca da Universidade do Minho, Ulla Deventer mostra os frutos de um trabalho de cinco anos com trabalhadoras do sexo na Bélgica. Há mais imagens para ver na Casa dos Crivos, no Salão Medieval, no Museu D. Diogo de Sousa, na Estação Ferroviária, no Convento de São Francisco e no Museu da Imagem.

Barcelos: moda e medo

Max Vadukul nasceu no Quénia e revolucionou as reportagens de moda pelo mundo. De James Brown a David Lynch, das criações do estilista Yohji Yamamoto a Cristiano Ronaldo, criou ficções que rejeitam os modelos estáticos do retrato. A conferir no Teatro Gil Vicente. Panos Kefalos fotografou crianças imigrantes do Afeganistão nas ruas de Atenas. Sentimentos escondidos como o medo e a violência manifestam-se através das brincadeiras. Para ver no Posto de Turismo.

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Guimarães: cor e emoção

No Museu Alberto Sampaio, recorda-se a colecção de Ouka Leele. A artista pinta com cores garridas e surrealistas, que evocam uma tradição espanhola. Na Biblioteca da Universidade do Minho, Erica Nyholm mostra locais que lhe são emocionalmente próximos.

Famalicão: amor à liberdade

Na Casa-Museu Soledade Malvar, o repórter Chen Bao Cheng, que trabalhou para o serviço de propaganda durante a Revolução Cultural chinesa, abandona a dialéctica ideológica e abraça o amor pela vida e pela liberdade, exaltando a beleza da região onde viveu.

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Porto: Grande Depressão

O Mira Forum lembra o trabalho documental da Farm Security Administration, projecto que lutava contra a pobreza rural da Grande Depressão nos anos 1930. Na Galeria do Instituto de Produção Cultural e Imagem, Antoine D'Agata mostra imagens de personagens da noite dos cantos mais sombrios do mundo. No Palacete dos Viscondes de Balsemão há uma exposição colectiva com trabalhos de Alexandra Costa, Ana Guimarães, Nuno Vieira e Tiago Veloso.

Ver fotografia e fotografar

Atento aos novos contornos dos territórios da fotografia, o festival apresenta uma visão agregada com outras áreas através de noites de projecções, encontros de Instagramers, duas Lomowalks, uma conferência e um workshop de revelação a preto e branco, entre outros eventos. Consulte a programação completa aqui.

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Que o Porto é uma cidade cheia de arte já nós sabemos. Ora, o que o leitor pode não saber é onde encontrar essa mesma arte. Na rua? Sim, claro. Mas também pode entrar sem medos numa das melhores galerias de arte no Porto. Entra, dá uma vista de olhos, e se quiser levar um pedacinho de arte para casa mal não lhe vai fazer. Pelo contrário.
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