“A solidariedade é um dos medicamentos mais potentes para qualquer tipo de situação como esta”, disse o psiquiatra e sexólogo Júlio Machado Vaz em entrevista à primeira Time In. Isso aplica-se não só à nossa rede de amigos, família e vizinhos, mas também no que diz respeito a iniciativas que estão a ser criadas para dar apoio a quem mais precisa neste período. Como o projecto SOS VIZINHO, uma rede de apoio a grupos de risco que estão em isolamento social, fazendo-lhes chegar bens essenciais. Através do site, é possível pedir ajuda e oferecer ajuda – aceitam-se voluntários em todo o país. O VIZINHO AMIGO também está de porta aberta para jovens voluntários de várias localidades, procurando servir os mais idosos. Já estabeleceram parcerias com algumas Juntas de Freguesia, de Massamá a Alvalade.
Também os profissionais de saúde, que todos os dias lutam para nos mantermos à tona, precisam do nosso contributo. Bater-lhes palmas à janela é bonito, mas não chega. O restaurante Local, de Cascais, prepara diariamente 30 refeições destinadas aos profissionais do Hospital de Cascais e aceita doações para as compras de alimentos através da campanha AGORA É A NOSSA VEZ.
Como muitos profissionais de saúde não estão a dormir em casa, de forma a evitar contaminar as suas famílias, a iniciativa ROOMS AGAINST COVID coloca à disposição de médicos e enfermeiros alojamentos locais no Porto, Lisboa, Faro e Funchal (em breve entram em acção em Braga e Coimbra). Não se paga renda, mas os custos da alimentação e despesas de higiene ficam a cargo dos profissionais de saúde. Se tiver uma propriedade, pode e deve inscrevê-la nesta plataforma. O mesmo é válido no projecto ACOLHE UM HERÓI: se tiver uma casa vazia perto de um hospital, ceda-a a médicos, enfermeiros e auxiliares. Se for um deles, também pode requisitar uma habitação.
Outra plataforma que reúne voluntários e recolhe pedidos de apoio é a QUERO AJUDAR. Fazer compras no supermercado, ir à farmácia ou passear os cães são os pedidos mais recebidos. Aqui também pode oferecer bens alimentares e algum tipo de material médico aos profissionais de saúde, ou até deixar-lhes uma palavra de apoio. Já o projecto NINGUÉM FICA PARA TRÁS, dinamizado por activistas, associações e habitantes das freguesias lisboetas de Penha de França, Arroios e São Vicente, é uma rede de apoio dirigida a quem já se encontrava numa condição de fragilidade pré-coronavírus, sobretudo a nível financeiro. Se souber de algum caso, avise-os.
Em Faro, a Câmara Municipal implementou o #FAROEMCASA, um sistema de entrega de alimentos e outros bens essenciais a munícipes em confinamento. O transporte é feito pelos taxistas e o pagamento tem de ser feito através de transferência bancária ou MBWay, nunca em dinheiro físico. Se estiver por Aveiro, as ofertas ou os pedidos de ajuda podem ser feitos através do VIZINHOS DE AVEIRO.
No departamento da saúde mental, que está particularmente ameaçada no contexto actual, há alguns projectos que estão cá para nos ouvir/ ler e para nos dar ferramentas para aprender a lidar com o stress e a ansiedade, como o blogue Psicovid19 e o site Care For Your Coronavirus Anxiety. Quem estudar ou trabalhar na Universidade do Porto pode recorrer à Linha de Apoio Psicológico da U.Porto (22 040 8408 ou lapup@reit.up.pt). De resto, para saber de mais projectos de apoio e de formas de passar o tempo, dê um salto ao site Partilha em Isolamento.