Squid Ink Works: a criatividade mora na Rua do Loureiro

A criatividade é aqui conjugada de várias formas, a começar pelos trabalhos dos dois fundadores do projecto: Ana Trabulo e Andrew Winn. A primeira tem pinturas à venda, assim como cadernos, sacos de pano, postais e outros produtos que aí virão. Já Andrew Winn é especializado na linogravura, concebendo edições limitadas com vários tipos de desenhos. Mas há muitos mais criadores. Kasia Harciarek, Pati Naka, Vital Lordelo e João Paulo Figueiredo são alguns dos nomes numa lista que irá sendo aumentada com o passar do tempo.

A agenda promete ser preenchida para os lados da Squid Ink Works. Mesmo sendo pequeno, o espaço já acolheu música ao vivo e a intenção é continuar a ter concertos, podendo lá encaixar 25 espectadores sem parecer um Tetris humano. Além disso, há aulas de adufe todas as terças-feiras às 18.30 e estão previstas aulas de dança, colagem criativa e outras possibilidades, estando a equipa da casa receptiva a propostas.

A iniciativa partiu do britânico Andre Winn, a viver no Porto há dois anos. Já tinha vivido na Ucrânia e no Vietname e escolheu agora o Porto para lançar a âncora. A Squid Ink Works está no mesmo edifício onde Andrew esteve alojado na primeira visita à cidade, uma vez que fez amizade com os seus donos e foi desafiado a fazer algo com a loja do rés-do-chão. Lançou então um desafio a outros criadores, tendo conhecido assim Ana Trabulo, formada em pintura na Faculdade de Belas Artes e com um percurso diversificado na música tradicional.

A Rua do Loureiro é uma das mais internacionais da cidade, aglomerando vários estabelecimentos de imigrantes de países longínquos, principalmente da Ásia e do Médio Oriente. Há inclusivamente uma mesquita na Travessa do Loureiro, mesmo ali ao lado, que se enche de gente às sextas-feiras. É uma comunidade que se junta aos portugueses ali estabelecidos há décadas e que recebe os novos inquilinos, como é o caso de Andrew.