A Menina com os olhos ocupados
Ilustração de André Carrilho
Ilustração de André Carrilho

Dez livros infanto-juvenis que nos chamaram à atenção em 2020

Lemos muito no último ano. Feitas as contas, estes foram os livros infanto-juvenis que nos marcaram – todos eles portugueses.

Raquel Dias da Silva
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São livros infanto-juvenis, mas são bons para qualquer idade. Editados este ano, e assinados por autores portugueses, estes são alguns dos livros que mais nos chamaram à atenção ao longo do ano. Com páginas cheias de ilustrações e histórias de encher o olho, há livros que são também autênticas obras de arte, dignas de coleccionador. A Menina com os Olhos Ocupados, de André Carrilho, Menino, Menina, de Joana Estrela, ou Desvio, de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho, ficam bem em qualquer estante. Mas não são os únicos. 

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Best of 2020: os melhores livros infantis

1. Para abrir os olhos

Se quer explicar aos miúdos a importância de ter os olhos desocupados, o premiado ilustrador André Carrilho dá-lhe uma mãozinha. A sua estreia como autor de um livro para a infância, A Menina com os Olhos Ocupados, convida as crianças a desligarem os ecrãs para “ver mais longe, pra todos os lados”. Com sentido de humor, rimas divertidas e ilustrações vibrantes, Carrilho consegue desmistificar o cerne de muitas discussões familiares.

Bertrand Editora. 48 págs. 12,20€.

2. Para desconstruir preconceitos de género

Menino ou menina? Nem uma coisa nem outra. Com humor, sensibilidade e lápis de cera, Joana Estrela mostra como a resposta não está debaixo da roupa. O seu álbum ilustrado Menino, Menina convida os mais novos (e até os mais crescidos) a responder a várias perguntas, ao mesmo tempo que desconstrói preconceitos de género como se fosse “um ponta de lança – ou um génio da dança”, duas das figuras do livro, que celebra o respeito por todos e o direito de cada um ser o que quiser.

Planeta Tangerina. 48 pp. 12,90€.

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3. Para treinar a voz

Lembra-se de cantar o “Jardim da Celeste” em frente à televisão? Como essa música – ainda querida tantos anos depois –, há muitas mais. Ana São-Marcos e Joana Santos foram à procura das “canções tradicionais da nossa infância” e criarem este livro musical interactivo com ilustrações de Catarina Vieira e a voz do coro juvenil Crescendi, da Pausa – Escola de Música, de Gondomar, para o qual revertem 0,50€ por cada venda. Para ouvir os arranjos musicais, basta tocar no botão, que apela aos dedinhos curiosos dos miúdos.

Cucoo Kids. 12 pp. 15,95€.

4. Para celebrar a diversidade

Em criança, a jornalista Paula Cardoso folheava desenfreadamente as histórias que lia na tentativa de encontrar um espelho onde pudesse ver-se reflectida, nomeadamente em personagens com o seu tom de pele, a sua textura de cabelo ou as suas feições. Este ano, lançou a Força Africana, uma série de livros infanto-juvenis que celebra a diversidade étnico-racial. O primeiro volume da série, O Sol desapareceu. Será que foi roubado?, foi produzido de forma independente, com uma tiragem de 500 exemplares, e conta com ilustrações de Irene Filipe Marques.

Força Africana. 44 pp. 12€.

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5. Para ter uma conversa séria

O que fazer quando alguém de quem gostamos nos começa a esquecer? É a questão colocada por Rui Zink nesta história ilustrada por Paula Delecave, sobre a amizade entre um avô, que lentamente vai perdendo as memórias, e o neto inventor, que se dedica a descobrir uma cura para a doença com um nome estrambólico. Inspirado num caso real, o autor ensina o que é o Alzheimer e sugere, com bom humor e esperança, como lidar com ele.

Porto Editora. 48 pp. 9,99€

6. Para futuros detectives

Com texto de Ricardo Henriques e ilustrações de Nicolau, 1.º Direito é a mais recente produção da editora Pato Lógico, pensada para pessoas que gostam de observar pessoas, como a protagonista Graça, que desconfia que o vizinho do 1.º direito anda a planear um assalto. Mas quem é que observa quem? Só se descobrirá no fim. Pelo meio, há tempo para conhecer várias vidas do prédio em frente, desde os clientes do Café Dias até um fotógrafo incompreendido.

Pato Lógico. 64 pp. 14.50€

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7. Para um futuro mais sustentável

Tudo começou quando um pássaro deixou de cantar. De repente, todos os animais, de todo o planeta – da floresta virgem ao rio da nossa cidade – fizeram um pacto de silêncio em nome de um futuro mais sustentável. É este grito que não se ouve que a ilustradora Eduarda Lima retrata, com linhas e letras, no seu álbum de estreia. Mais do que uma história sobre o impacto da acção humana no ambiente, O Protesto é um apelo para nos unirmos contra a poluição e semearmos o que de melhor outros poderão colher.

Orfeu Negro, Colecção Orfeu Mini. 40 págs. 14€.

8. Para descobrir “a voz de Portugal”

Amália Rodrigues começou a cantar quando era pequena e acabou aclamada como “a voz de Portugal”, inspirando ainda hoje muitos cantores. Foi para dar a conhecer a história da diva do Fado que a cantora e compositora Carminho deu vida a Amália, já sei quem és. Escrito em sextilhas, uma das formas poéticas próprias do fado, este livro conta ainda com ilustrações de Tiago Albuquerque.

Nuvem de Letras. 40 pp. 12,90€.

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9. Para compreender o que nos vai na cabeça

Escrito por duas investigadoras doutoradas em Neurociências, Patrícia Correia e Ana Rita Fonseca, O Livro do Cérebro explica às crianças, de forma acessível mas rigorosa, o funcionamento deste órgão incrível, que controla a respiração, os sentidos e até as emoções. Com ilustrações, curiosidades interessantes e actividades divertidas para pôr em prática, nunca foi tão fácil descobrir o que nos vai na cabeça.

Booksmile. 72 pp. 14,39€.

10. Para lidar melhor com a “idade do armário”

Esta é uma sugestão para leitores mais crescidos, mas que ainda fazem os pais querer trepar pelas paredes – sim, estamos a falar dos adolescentes e da chamada “idade do armário”. É, aliás, sobre essa fase complicada para pais e filhos que se trata Desvio, de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho. O protagonista é Miguel, adolescente existencialista que fica sozinho em casa enquanto os pais e os amigos estão de férias, a estudar para o exame de código e a tentar entender o mundo (neste caso, sem livro de instruções).

Planeta Tangerina. 200 pp. 18,90€.

Livros para todos os gostos

  • Coisas para fazer

Ser minimalista não é ser forreta. Ao contrário do que dizem as más línguas, não é preciso abdicar dos seus bens materiais mais queridos nem mudar-se para uma cabana nos Alpes Suíços, longe de todos os centros comerciais do planeta. Tem apenas de aprender a viver com o essencial – o que até pode significar continuar a alimentar a sua biblioteca privada, desde que os livros não sirvam só para absorver todo o pó da casa e lhe tragam verdadeira felicidade. Por falar em livros, reunimos cinco guias para o ajudar a livrar-se de objectos sem propósito, que só tem para preencher um qualquer vazio existencial, mas não só. É que o minimalismo não tem só a ver com coisas: também tem a ver como gerimos a nossa vida pessoal e profissional. Aprenda a dizer não e a ser mais feliz com menos coisas e menos trabalho.

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  • Coisas para fazer

Tal como o viajante informado e atento convive com massas ignaras e indiferentes à cultura e história das regiões por onde passam em tropel apressado, enquanto fazem selfies frente a todos os monumentos e paisagens que integram o cânone turístico mundial, também os livros de viagens, que proporcionam uma visão reveladora do mundo e de nós mesmos, disputam hoje o espaço nas livrarias. Convivem com uma massa anódina de livros de prosa titubeante e infestada de lugares comuns e que, amiúde, mais não são do que uma soporífera compilação de episódios comezinhos sucedidos ao seu narcísico autor durante uma viagem (tantas vezes veloz e superficial) por paragens exóticas, polvilhada por meditações de filosofia de ervanária. Os seis títulos que se seguem fazem parte da primeira categoria e, na sua maioria, fogem ao padrão do livro de viagens.

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  • Compras

Mulheres que se aventuram com desconhecidos, casais aborrecidos que trocam de parceiros, idosos que observam jovens nuas e virgens, e vários affairs românticos. Prepare-se para entrar no universo perturbador do prazer e do erotismo. Desde clássicos como as Novelas Eróticas, de M. Teixeira-Gomes, e A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata, até ao divertido e politicamente incorrecto Pornopopeia, de Reinaldo Moraes, seleccionámos dez livros eróticos, mais ou menos descritivos, mais ou menos perturbadores, que prometem aquecer ainda mais as suas noites de Verão.

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  • Compras
  • Livrarias

Há cinema de terror, claro, mas também há livros de terror, mais ou menos obscuros. Afinal, um bom susto não precisa necessariamente de imagens em movimento nem de bandas sonoras tenebrosas. Razão porque fomos à procura das melhores obras do género para os fãs de literatura e encontrámos mais de duas mãos cheias de sugestões, desde um romance histórico a uma antologia de banda desenhada portuguesa, sem esquecer os mais jovens, sempre com o terror como pano de fundo. Recomendamos a companhia de uma luz de presença e de um cobertor, capaz de o proteger dos monstros debaixo da cama.

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