Anatomia de Um Escândalo
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‘Anatomia de Um Escândalo’ é um enjoo

A nova minissérie da Netflix é uma história molengona e estereotipada. David E. Kelley está mesmo a perder qualidades.

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★☆☆☆☆

Aconselho quem vá ver Anatomia de um Escândalo (Netflix) a tomar um comprimido anti-enjoo antes. É que as piruetas da câmara, as cabriolas da realização, a insistência na câmara lenta e o efeitismo gratuito são tão constantes, e de tal forma insistentes, que metem no chinelo o mais frenético filme de acção de Hollywood. Dois exemplos: quando a polícia comunica à personagem de Rupert Friend, um popular e destacado ministro do governo de Sua Majestade, que há uma queixa de violação contra ele, a forma de o realizador mostrar o impacto que a notícia tem é atirá-lo para trás violentamente em câmara lenta, como se tivesse sido pontapeado por um fantasma invisível daqueles que aparecem nos filmes de terror de Hong Kong. E noutra altura, a personagem de Sienna Miller, que faz a mulher daquele, dá uma queda (em câmara lenta, de novo) de um elevador para a sala de um tribunal. E assim por diante. Esta fixação em tais cambalhotas visuais “simbólicas” não prejudica a série, porque ela é já de si fracota. Mais uma história molengona e estereotipada (o veterano argumentista David E. Kelley está mesmo a perder qualidades) sobre a arrogância dos políticos com origens privilegiadas e convencidos de que podem ficar impunes, façam o que fizerem. É passar à frente, sem pinotes.

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★★★★☆

Há uma vibração saborosamente lovecraftiana na série Arquivo 81 (Netflix), baseada num podcast. Tecnologia e magia unem-se para contar uma história que consegue manter-nos firmemente intrigados e arrepiados, apesar de estar cheia de elementos familiares e de personagens que não enganam quem bate há muito tempo os territórios do fantástico e do horror.

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  • Filmes

★★★☆☆

O feitio da inspectora Petra Delicato, da Polícia de Génova, protagonista da série Petra (FOX Crime. Sex 22.00) tem muito mais a ver com o seu nome do que com o apelido. No policial, um herói caracterizado de forma original e bem vincada, é mais do que meio caminho andado para cativar o leitor ou o espectador.

  • Filmes

★★★★☆

O filme de Patrícia Sequeira, uma versão fatiada e encurtada da série, com quase duas horas, chamou-se Bem Bom, mas a versão televisiva vem com um título diferente, Doce (RTP1, Sáb 21.00). Seria mesmo necessário tê-lo alterado? Pouco importa, é apenas um pormenor. A história das Doce só beneficia com mais duração para ser contada no seu formato alargado para televisão.

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