As novas instalações da Orquestra de Jazz de Matosinhos
©João SaramagoAs novas instalações da Orquestra de Jazz de Matosinhos
©João Saramago

A Orquestra Jazz de Matosinhos tem uma casa nova

A Orquestra Jazz de Matosinhos tem uma casa nova e grandiosa. Estivemos lá e agora fazemos-lhe uma visita guiada.

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As novas instalações da Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) são invejáveis, tanto pelas suas capacidades técnicas, como pelo cuidado estético. Pedro Guedes, o director musical da OJM, não tem dúvidas: “Este espaço vai ser importante para o jazz português.”

A partir de agora, a orquestra passa a ter 800 metros quadrados ao dispor, divididos em quatro áreas, com sítio para ensaiar, gravar, dar aulas e fazer trabalho administrativo. Tudo isto em pleno edifício da Real Vinícola, recentemente recuperado pela Câmara Municipal de Matosinhos.

A zona de maior contacto com o público será a da entrada, onde está o serviço educativo, vocacionado para a transmissão de conhecimento musical a crianças e adultos. Está já marcada para sábados 27, às 11.00, a Orquestra de Família de Matosinhos, que quer juntar gente de várias idades em volta dos instrumentos musicais. Repete-se quinzenalmente.

Avançando um pouco mais no espaço, entra-se no designado Centro de Alto Rendimento Artístico (CARA), composto por uma sala de ensaios e espectáculos, bem como um estúdio de gravação. A sala servirá para a orquestra e os seus convidados ensaiarem e gravarem, podendo também receber pequenas actuações até 200 espectadores.

Olhando um pouco para cima, vê-se a janela do estúdio de gravação, feito à medida da OJM e equipado com tudo o que é necessário para qualquer tipo de gravação. O trabalho de insonorização feito nesta ala do edifício é outros dos seus prodígios técnicos e foi um desafio durante a sua concepção.

Para que o CARA esteja à altura da sua designação foram criadas parcerias com algumas instituições, como a Faculdade de Engenharia, o INESC-TEC, a Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, a Escola Superior de Educação e outras.

O objectivo é aliar a arte, a ciência e a tecnologia, desenvolvendo projectos de investigação para encontrar soluções de criação, fruição e disseminação de conteúdos. A OJM vai também envolver músicos nacionais e internacionais neste projecto, fazendo parte das ambições criar um selo discográfico para partilhar os resultados destes encontros.

Pedro Guedes reconhece o desafio. “Agora temos as condições perfeitas. Ao fim de quase 21 anos é um orgulho e uma responsabilidade. Os desafios que se colocam daqui para a frente são grandes. A exigência vai aumentar e isso é bom, não temos medo, é com desafios destes que vamos crescendo.”

Nos bastidores de tudo isto ficam os escritórios da Associação Orquestra Jazz de Matosinhos, com quatro gabinetes de trabalho, onde são tratadas as burocracias desta estrutura.

Uma orquestra quase nómada

A Orquestra Jazz de Matosinhos tem 18 elementos fixos e acabou de celebrar 20 anos. Teve origem na Héritage Big Band, nascida no Héritage Café, a poucos metros da actual sede. 

Em 1998 passou a usar a designação actual e foi tendo uma existência mais ou menos nómada, com passagens pelo B Flat, pela Escola Superior de Música e pela Casa da Música.

O projecto ganhou projecção mundial e já tem colaborado com artistas como Carla Bley, Lee Konitz, Maria Rita, Maria João, Mayra Andrade e Sérgio Godinho. A OJM tem com a Câmara Municipal de Matosinhos, proprietária do actual espaço, um contrato de comodato de dez anos, renovável por períodos de cinco.

Avenida Menéres, 456 (Matosinhos).

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