Gisela João
© Rodolfo MagalhãesGisela João
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Em Abril, música mil – os discos e concertos que aí vêm

Depois de vários meses de discos e concertos adiados, Abril promete ser um mês de redenção. Antecipamos o que aí vem.

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A cultura está a desconfinar a conta-gotas. Já podemos sair de casa para comprar discos e livros e, a partir de 5 de Abril, teremos novamente os museus, monumentos, palácios e galerias de arte para visitar. Façamos figas. Se tudo correr bem, a 19 de Abril poderemos regressar aos cinemas, teatros, auditórios e salas de espectáculo. Com este plano de reabertura faseada, o mundo da música já começa a ter margem de manobra para planear pequenos eventos e os artistas podem, finalmente, despejar a sua alma dentro de uma rodela de CD ou vinil – ou cassetes e cartuchos, não discriminamos. Comece já a poupar uns valentes trocos para esbanjar em concertos e nos novos discos de música portuguesa.

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Os discos que aí vêm:

Gisela João (9 Abril)

Ela canta o fado da cabeça aos pés – tem uma voz de tinto encorpado e a doçura de uma amora madura. Depois de dois discos imaculados, o novo AuRora é uma das edições mais aguardadas do ano. Pela primeira vez, Gisela revela os seus dotes de letrista e compositora, ao lado de nomes como António Zambujo, Jorge Cruz e Capicua. Os dois singles já conhecidos, "Louca" e "Já Não Choro Por Ti", só prometem coisas boas. 

Minta & the Brook Trout (16 Abril)

Demolition Derby é o quarto álbum de estúdio da banda, numa altura em que se assinalam 15 anos do início do projecto que deu origem a Minta & the Brook Trout – fundada por Francisca Cortesão (voz, guitarra eléctrica e acústica) e composta por Mariana Ricardo (baixo e voz), Margarida Campelo (piano, sintetizador e voz) e Tomás Sousa (bateria e voz).

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MURAIS (16 Abril)

Hélio Morais, baterista dos Linda Martini e dos PAUS, estreia-se a solo e assume a voz e as teclas para pintar retratos poéticos em canções simples. MURAIS foi produzido por Benke Ferraz, guitarrista e produtor da banda brasileira Boogarins. O single mais recente, “Até de Manhã”, marca o regresso de Xana (Rádio Macau) à música.

António Zambujo (23 Abril)

Inspirado num dos discos da sua vida, João Voz e Violão de João Gilberto, António Zambujo regressa ao essencial, à raiz das canções. E vale sempre a pena ouvir a forma como saboreia a música com o mel da sua voz. “Lote B”, com letra de Pedro da Silva Martins, já anda a acariciar-nos os ouvidos e fazer parar uma rua inteira só com a voz e a guitarra.

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Bruno Pernadas (23 Abril)

Gravado no Verão de 2020, Private Reasons foi pensado e desenhado como o fim de uma trilogia que mostrou o mundo de ideias, recursos e linguagens que habitam a música de Bruno Pernadas. Numa miríade de estilos musicais, geografias, imagens, vozes e espíritos, refaz clássicos e vislumbra o futuro, com vontade de deixar uma marca no nosso tempo.

Moullinex (30 Abril)

Numa viagem de introspecção contemplativa, o quarto álbum de Luís Clara Gomes vai levar-nos, como sempre, às pistas de dança. Com colaborações de nomes como Sara Tavares, Selma Uamusse e Afonso Cabral, Requiem for Empathy funde a Lisboa multicultural com a electrónica, o piano e as cordas.

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E mais:

A 9 de Abril, vamos poder ouvir Cura, do violinista Samuel Martins Coelho. Uma semana depois, chega uma nova obra de Zeca MedeirosA Dúvida Soberana aborda as viagens marítimas numa edição conjunta CD + DVD + digibook. No dia 23 é a vez do EP Mossas, do compositor, guitarrista e cantor Churky, e de Acordado ou a Sonhar, do artesão de canções Jasmim. Valter Lobo, que lança o novo disco a 26 de Abril, apresenta-o no mesmo dia no Maria Matos e dois dias depois no Teatro Sá da Bandeira. No último dia do mês, é altura de ouvirmos as novidades discográficas de PZ e do Homem em Catarse.

O regresso dos concertos:

O pianista russo Grigory Sokolov reabre as portas do Grande Auditório da Fundação Gulbenkian com concertos a 19 e 20 de Abril – mais tarde, a 22 e 23, a pianista Maria João Pires volta a reunir-se com a Orquestra Gulbenkian. Rafael Toral e Pedro Sousa apresentam-se ao vivo na Appleton Associação Cultural, em Lisboa, nos dias 16 e 22, respectivamente. O colectivo Cais do Sodré Funk Connection junta-se a Paulo de Carvalho no Teatro Maria Matos (19), a mesma sala onde Luís Varatojo vai poder finalmente apresentar a sua Luta Livre ao vivo (27). No dia seguinte, o projecto Chão Maior mostra-se na Culturgest de Lisboa.

As novas datas do Santa Casa Portugal Ao Vivo prevêem actuações de Aurea (22 no Campo Pequeno), Rui Veloso (23 no Pavilhão Rosa Mota) e de Camané e Mário Laginha, juntos no Campo Pequeno (23) e no Pavilhão Rosa Mota (29). O mês termina com Deixem o Pimba em Paz no Coliseu do Porto (29), Noiserv no Teatro Cine Torres Vedras (30) e os GNR em dose dupla no Teatro Municipal de Vila do Conde (29 e 30).

O Dia Internacional do Jazz é assinalado a 30 de Abril no Centro Olga Cadaval com um concerto a solo de Mário Laginha e uma actuação do Coreto Porta-Jazz. Mas ainda temos o regresso de Carminho, que sobe ao palco do CCB a 30 de Abril – o concerto contará com público ao vivo, mas será também transmitido online. Quem preferir ficar em casa, pode ainda contar com Luísa Sobral, que anunciou um concerto em livestream para 10 de Abril.

Mais música:

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Foi o formato mais usado e lucrativo para ouvir música durante décadas, quase morreu durante a década de 1990 às mãos do CD, mas ganhou uma segunda vida como objecto de culto em pleno século XXI. Agora, entre resistentes, recém-convertidos e curiosos, já se compõe uma multidão jeitosa a dar uso ao gira-discos. Numa época em que a música circula livremente no meio digital, os vinis são cada vez mais uma certeza no mercado musical. Do pop/rock à electrónica, do metal ao jazz, nestas lojas encontra todo o tipo de discos, novos ou usados.

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Com a agenda cultural vazia e os espaços fechados, os músicos, as editoras e as lojas independentes estão a ser severamente afectados. Neste momento, comprar música é a melhor forma de continuar a apoiar os artistas e os negócios locais. Estas lojas fecharam as portas temporariamente, mas continuam em actividade através dos seus sites, redes sociais e outras plataformas. Enquanto as coisas não regressam à normalidade, seja lá o que isso for, fique em casa a ouvir discos. Vai ver que o tempo até passa mais depressa.

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  • Música
  • Portuguesa

A música foi um dos maiores consolos no absurdo ano de 2020, que vai ficar gravado para a história pelos piores motivos. Um ano de desafios para os músicos que perderam o sustento com o cancelamento dos concertos, mas marcado por muitas provas de talento. Apesar de todas as condicionantes e dificuldades que os músicos atravessaram, 2020 deu-nos grandes discos. Com o regresso de artistas veteranos como os Três Tristes Tigres, Pop Dell’Arte ou Clã, mas também com a confirmação de novos valores como Selma Uamusse, Nídia e Tristany.

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