Manel Cruz
© SFPNMC'Vida Nova', de Manel Cruz, é um dos discos do ano
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Os melhores discos portuenses de 2019

Faça uma retrospectiva musical do ano com esta lista com os melhores discos portuenses de 2019

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A colheita musical de 2019 no Porto tem autores arrepiantes, bandas transcendentes, máquinas dançantes e uma harpa encantada. A Time Out reuniu os álbuns portuenses deste ano que não deve perder. Nomes como Manuel Cruz, Sensible Soccers, Luca Argel ou White Haus marcaram a agenda musical ao longo destes 12 meses e não passaram despercebidos entre as principais salas de espectáculos da Invicta. Se tem amor à música, vai gostar muito de ler e ouvir a lista que preparámos para si com muito carinho. 

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Os melhores discos portuenses de 2019

1. 'Vida Nova', Manel Cruz (Turbina)

Arrepia ouvir o talento que transborda de Manel Cruz. Vida Nova é um testamento do poder artístico da vulnerabilidade e da introversão. Sintonizado consigo próprio, descobriu muito para dar aos outros. Para este disco-livro, esboçou as canções num ukulele e despiu a sua essência frágil. Desprotegeu a sua voz e encontrou beleza nessa fragilidade, na crueza de uma canção. Abraçou a aspereza da vida e pulsa com uma paixão que se desdobra em perseverança, por muitos espinhos que o mundo tenha.

2. 'Conversa de Fila', Luca Argel (Ed. Autor)

O cantautor carioca gosta de brincar com a língua portuguesa, de a acariciar em seus versos, ao sabor do samba. Na sua música, a palavra é a protagonista. Conversa de Fila é um disco de crónicas e críticas urbanas, sobre pérolas e peripécias do dia-a-dia, infâncias saudosas, natais tropicais e a gentrificação no Porto (“A cidade vai virar só hotel para turista”). Tudo com o saboroso tempero do humor e da ironia, para continuarmos a sorrir, mesmo quando o mundo não dá muitos motivos para isso.

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3. 'Phantone', Angélica Salvi (Lovers & Lollypops)

Através da harpa, Angélica Salvi cria um espaço livre de expressão. O álbum de estreia da artista espanhola radicada no Porto foi gravado no Mosteiro de Rendufe, em Amares. O som ancestral é moldado por delays, justaposições, ecos e reverberações, levando-o a novas explorações e sensibilidades. A magia sinestésica produz um efeito encantatório que toca num canto fundo da condição humana, abrindo espaço para cada pessoa se desenhar a si própria. Difícil será encontrar música mais bela que esta.

4. 'Aurora', Sensible Soccers (Ed. Autor)

Os Sensible Soccers continuam a provar que são uma das bandas mais especiais da música nacional. Estão num campeonato à parte, num mundo só deles, mas capazes de puxar toda a gente lá para dentro. Com produção assinada por B Fachada, mergulham na melancolia e nostalgia das memórias do verão eterno de uma infância vivida nos anos 90. Com as quimeras tântricas dos sintetizadores, transformam partículas celestiais em melodias e fecundam os ouvidos de felicidade. Com mais cores, mais timbres e mais optimismo.

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5. 'Kompromat', 10 000 russos (Fuzz Club)

O poder aliciante do ritmo e da repetição é o motor do trio portuense. Para sobreviver à opressão e ao tédio quotidiano, propulsionam o subconsciente para estados de escapismo. Num novelo de instrumentos, transportam a mente e o corpo para uma sensação de libertação dançante. André Couto, João Pimenta e Pedro Pestana seguem ziguezagueando pelas sombras do ruído, na transcendência de um transe. Mais distorcidos e abrasivos, levam a repetição ao extremo, até conseguirem ver para lá do horizonte.

6. 'Mais Um', S. Pedro (Nortesul/ Valentim de Carvalho)

S. Pedro não é apenas mais um cantautor. Sabe saborear as minúcias dos momentos e recortar as vinhetas do quotidiano para o transformar em expressivas e engenhosas canções, belas e charmosas. Canta e compõe de forma enganadoramente simples. A partir de pequenas histórias, desenha grandes canções que não querem ser mais do que isso. Estas impecáveis peças pop são coloridas com arranjos certeiros, uma banda que preenche mas não enche o som, e letras que descomplicam a vida e encontram a beleza na banalidade.

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7. 'Boby Electric', White Haus (White Haus Records)

Este é o som de um melómano insaciável. Vidrado na viragem dos anos 1970-80, quando o punk abraçou outros géneros, o hip-hop deu os primeiros passos e os sintetizadores pintavam a pop com um carrossel de cores, passa pelo italo-disco, acid house, funk híbrido, no wave e synth-pop. Tudo isto está ligado e codificado no ADN musical de João Vieira, que depois de se dar a conhecer ao mundo como DJ Kitten e nos X-Wife chega ao terceiro disco a solo com um cunho mais pessoal, mais leve e livre.

8. 'Miramar Confidencial', David Bruno (Ed. Autor)

David Bruno encontrou em Vila Nova de Gaia uma mina de ouro de inspiração para uma obra de sociologia sónica sobre a vida nos subúrbios. Neste vídeo-álbum inspirou-se em murais que surgiram na zona litoral de Gaia com as inscrições “Adriano Malheiro Caloteiro” para contar uma história trágica de amor. Com um genuíno desprezo pelos limites do bom gosto, os beats e samples cruzam o imaginário das “vacas gordas” do Portugal pós-CEE com a estética de filmes de Steven Seagal ou Van Damme.

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9. 'A Arte Das Musas', Expensive Soul (Sony)

Os Expensive Soul comemoraram os 20 anos de carreira com um novo álbum. A Arte das Musas bebe das melhores colheitas da soul e funk de 1960-70, enquadradas pelo hip-hop. Reconfiguram a fricção rítmica da velha guarda, cantam o fogo que arde dentro deles e celebram o amor nas suas variadas vertentes. A música fervilha instrumentalmente, transportando boas ondas em canções quentes e cheias, gravadas com o calor do formato analógico e a aura de outros tempos. Sem corantes nem conservantes.

Mais música

  • Bares
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