Queda do Vigário
© Francisco SantosQueda do Vigário
© Francisco Santos

Algarve: nove ideias para fugir da praia este Verão

Siga as nossas sugestões e deixe de ter areia nos pés. Mas atenção: mesmo longe da praia, vai continuar a meter água.

Publicidade

Parques oceanográficos, cascatas e quedas de água são uma boa alternativa para quem quer refrescar-se sem ter de enfrentar as multidões à beira-mar. Mas há mais para fazer longe dos areais algarvios, como passear pelas ruínas de uma villa romana ou andar de barco na Ria Formosa. Visitar vinhas, conhecer o terroir e tornar-se num sommelier, enquanto aumenta os conhecimentos de francês, também é um plano válido, sobretudo porque o Algarve tem bom vinho que vale a pena conhecer. E há mais propostas, como um passeio pelo Mercado de Loulé ou uma exposição sobre a Dieta Mediterrânica, Património da Humanidade. São nove ideias para fugir da praia este Verão.

Recomendado: As praias paradisíacas que ainda resistem no Algarve

Nove ideias para fugir da praia no Verão:

1. Ver os aviões lá atrás (ou fazer birdwatching)

Quem diria que fora da azáfama de Vilamoura, para lá dos campos de golfe, estaria um dos melhores sítios do Algarve para praticar birdwatching? Garça vermelha, garçote, caimão, águia sapeira, guarda rios… No Parque Ambiental de Vilamoura, que conta com um trilho de cerca de cinco quilométros, a fauna é variada. Diz-nos quem percebe do assunto que é de manhã cedo e ao final do dia que se costumam avistar umas quantas espécies. E dizemos nós que o sossego que se encontra nestes pontos de observação sabe bem a qualquer hora.

Parque Ambiental de Vilamoura (entrada pela Estrada de Albufeira 8125)

2. Descobrir a Ria Formosa a cavalo

Quando tinha idade para ter carro, Sérgio Cupertino escolheu um cavalo, o Descarado. É com ele que hoje, depois de ter competido e de ter vivido outras aventuras, Sérgio organiza passeios que primam pela tranquilidade e o bem-estar animal. Não se faz mais do que aquilo que os quatro cavalos aguentam, nem se marcam passeios na hora do calor. Sérgio domina os caminhos, quase sempre longe da vista, mas ricos em vista. Na época alta, não sendo possível passear pelo areal e pelo mar, há uma alternativa junto ao Parque Natural da Ria Formosa. Entre Manta Rota e Cacela Velha, Sérgio é capaz, com toda a paciência, de pôr qualquer um a cavalgar, mesmo quando os caminhos podem apertar ou esconder algum percalço – nada tema, faz tudo parte do plano. Ao final do dia, os passeios incluem um bónus: uma paragem estratégica na Casa da Igreja para umas ostras e uns copos (poucos para que ninguém se desoriente no regresso). Sérgio trabalha já com alguns pequenos hotéis na zona, mas os passeios, que levam cerca de duas horas e meia, podem ser marcados directamente consigo. 

Instagram: @cavalos_a_ria. 85€/120€ (com paragem para ostras). 910 130 048

Publicidade
  • Museus
  • Grande Lisboa

É, provavelmente, o plano mais inusitado em Vilamoura, mas não deixa, ainda assim, de ter graça, para uma pausa entre mergulhos. No Museu e Estação Arqueológica do Cerro da Vila há vestígios e ruínas romanas que mostram que Vilamoura já era um destino de sol há cinco mil anos. Pelo menos, é o que deixam deduzir as ruínas daquilo que seriam uns “Balneários Públicos”, com piscina e tudo. No interior, conta-se a história através de objectos recolhidos e recuperados na zona. 

4. Aprender a jogar golfe

Só não acha piada a dar umas tacadas e a passear-se de buggy quem nunca o fez – e esta é a conclusão a que chegamos enquanto fazemos o percurso do Dom Pedro Pinhal, vivendo um lifestyle que não o nosso, mas que só uns dias de férias podem permitir. Deixe-se de preconceitos e atire-se de cabeça a umas aulas na Dom Pedro Golf Academy Vilamoura. Pode, até, fazê-lo em família (34€/por pessoa, 3 a 6 pessoas). Faz parte da paisagem do Algarve e o tema, bem sabemos, pode ser controverso, tendo em conta os períodos de seca que afectaram a zona – e nesse sentido têm vindo a ser feitos esforços na redução do consumo de água. Ainda em Junho, o Governo anunciou o objectivo de ter, até 2026, os campos de golfe no Algarve a serem regados com água reciclada.

Publicidade

5. Passar a noite num barco casa

Ao longo da Ria Formosa, de Olhão a Cabanas, muitos barcos pertencem à frota de Ricardo Badalo. Foi ele que, há 12 anos, criou a Passeios Ria Formosa. “Começámos com a observação dos golfinhos e os aqua táxis para a praia”, conta. “Quando começámos, no Sotavento algarvio não havia actividade de observação de golfinhos, então criámos. Observação de cavalos-marinhos, nunca ninguém tinha feito. Mas eu, como toda a vida mergulhei na ria, já sabia que existiam e sabia a melhor forma de o fazer.” Os passeios de observação de golfinhos (35€/pessoa), por exemplo, só acontecem uma vez por dia e sempre às 08.00 “porque a actividade do peixe é muito maior, é quando os pescadores vão à pesca”. Ao longo dos anos, são cada vez mais as experiências disponíveis, mas continuam a ser os passeios que mais se destacam, a par da recente inovação, os barcos casa, onde é possível pernoitar. São quatro (a partir de 125€/noite) e estão ancorados junto à praia da Barra Velha, na Fuseta. Este ano, Ricardo juntou um catamarã à vela à frota com capacidade para dez pessoas (a partir de 350€/noite), apontando a um público que procura outro luxo – e aí há também os passeios à medida onde é sempre possível mergulhar em alto mar. E a cor do mar da Fuseta é inigualável, garante Ricardo.

Da rua, a Kubidoce parece só mais uma habitual pastelaria de bairro, mas o que se passa dentro de portas é tudo menos a norma. Tomara todas as cidades terem uma pastelaria assim, ou um chef de pastelaria como Filipe Martins, sempre pronto para se atirar a mais uma receita e criar um novo produto, que não é apresentado até estar totalmente afinado. As horas que dedica à Kubidoce têm dado frutos e a marca é cada vez mais conhecida para lá de Olhão. Não há nada que não esteja à venda aqui que não seja feito por Filipe. Do pão à pastelaria, dos gelados aos bombons. “Nós fazemos este caminho já há 12 anos anos, mas há cinco anos decidimos não usar mais margarina, usar só manteiga, não usar gorduras hidrogenadas, usar só açúcar amarelo e fermentação natural na massa”, conta o responsável, sempre a fervilhar com ideias. Um dos produtos que mais tem dado que falar na sua Kubidoce é o folar de Olhão (15,50€/kg), onde também Filipe moderniza a receita, usando apenas manteiga, açúcar amarelo e canela. “E depois enrolamo-lo em caracol”, explica. Mais recentemente, criou um doce a que chamou Floripes, inspirado pela lenda com o mesmo nome. “Leva figo, laranja, amêndoa, alfarroba e azeite. São os cinco elementos do Algarve. A ideia é que a pessoa ao provar este bolo sinta o Algarve”, descreve, enquanto nos mostra mais da sua arte: pastéis de nata, croissant francês, pain au chocolat. E até panettones (21€), já distinguidos como os melhores do país e prontos para representarem Portugal em Novembro no Campeonato do Mundo de Panettone em Milão. “Nós temos várias receitas de panettone. A base é a mesma, fazemos é com vários recheios, como cereja com chocolate. Nós ganhamos com o tradicional mesmo, com laranja e passas, mas o que nós mais vendemos é o de cinco chocolates.” 

Publicidade
  • Atracções

Abrindo a janela do carro, é o cheiro a orégãos que entra sem pedir licença, na estrada a caminho da Queda do Vigário (N124 11X, Alte), a parte terminal de uma sequência de cascatas formadas em tufos calcários na ribeira de Alte. E para quê cair no conto quando pode fazê-lo nesta queda, presa entre o barrocal e a serra. Tão límpida quanto fria, nasce na Quinta do Freixo e junta-se com a ribeira de Algibre perto de Paderne, formando a ribeira de Quarteira. Despenha-se a pique a 24 metros de altura, caindo num lago que se assemelha a um alguidar, num local de grande beleza natural. O carro fica estacionado a cerca de 200 metros do local e a descida até ao banho é íngreme, com acessos degradados. Não tem bar nem estruturas de apoio, mas vale a pena a visita.

8. Provar um vinho algarvio

Ainda esquecido pela enologia nacional, o vinho algarvio começa a emancipar-se e a ganhar terreno (e terroir), nas cartas e garrafeiras nacionais: a proximidade do mar e o solo arenoso fazem dele um vinho mais leve e de aromas frescos e salgados. Alguns enólogos estão, inclusivamente, a revitalizar uma casta típica da região, a Negra Mole, com relativo sucesso. Quintas como Cabrita (Silves), João Clara (Alcantarilha), Quinta dos Vales (Estômbar) ou Quinta do Francês (Silves) estão entre aquelas que organizam visitas e provas de vinho que deve considerar para as tardes quentes de Agosto e Setembro.

Publicidade

9. Ver o nascer do sol no mar

Às vezes, mesmo nas férias é preciso parar. Concedemos que poucas coisas devem custar mais do que acordar cedo, pelo menos para a grande maioria das pessoas, mas o que lhe propomos é uma manhã de fugida – e há sempre um dia em que apetece fugir. Por que não arrancar o dia quando tudo à volta ainda parece estar no dia anterior? A bordo de um catamaran, a AlgarExperience leva-nos num passeio pelo mar que arranca ainda antes do sol nascer (a partir de 80€ por pessoa). A ideia é que se possa assistir ao nascer do sol enquanto um instrutor certificado em meditação nos conduz numa sessão de mindfulness, embalada pelo mar. Segue-se um pequeno-almoço a bordo e, se essa for a vontade, uns mergulhos em alto mar, antes do regresso à Marina de Albufeira. Para os que se recusam a acordar antes do amanhecer, mas que não dispensam um bom passeio de barco, a empresa tem propostas para o pôr do sol também. E até um inusitado barbecue com bar aberto numa praia onde só poderá chegar de barco (a partir de 65€ por pessoa).

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade