

Em Julho receberam os primeiros hóspedes e, desde então, a quinta tem crescido: ganhou quatro “tendas-sino” com capacidade para três pessoas, uma caravana com cozinha e wc independente, uma área de refeição, uma cozinha aberta, um forno onde se coze a pizza night (um rodízio de pizzas semanal), casas de banho secas (ao invés de água a descarga é feita com serradura ou terra – e não, não cheiram mal), duches aquecidos por painéis solares e uma horta invejável que não pára de crescer. É nela que o casal planta curgetes, pimentos, cenoura (“A rama engana, por vezes puxo e sai uma cenoura pequenina e gordinha”, ri Ana), alfaces, acelgas, mostarda, ervas aromáticas, fruta e flores comestíveis – “Que são mais fáceis de tratar do que as alfaces e ficam muito bem em saladas”, explica Ben. Por perto, anda sempre a Malhada, uma cadela de sete anos que o casal adoptou em Janeiro, enquanto que na entrada da propriedade fica o galinheiro com quatro poedeiras. “Andamos a ver se compramos um cavalo e um burro”, explica Ana, que se mudou há um ano e meio para o Vale. “Quando cheguei mal se viam as framboesas no meio das silvas. Agora está tudo à vista”, diz com orgulho. Quando lhes perguntámos se se sentiam isolados a resposta saiu segura: “Não conseguimos ir tantas vezes ao cinema ou a um concerto como queríamos, mas acabamos por estar demasiado ocupados com o trabalho na quinta. Além disso, viajamos algumas vezes por ano a Lisboa e a Londres para vermos a família.”