Seia
Partindo de Seia o caminho é sempre para cima e, para ganhar fôlego (ainda que tenha de ir de carro), a pequeníssima freguesia de São Romão é um bom primeiro ponto de paragem. Há pouca coisa para ver por lá à excepção das 11 capelas em homenagem à Nossa Senhora do Desterro e uma árvore centenária de tronco largo e raçudo e na qual, reza a lenda, se deve bater com o rabo três vezes, dar um abracinho e pedir um desejo. Crendices à parte, foi o que nos foi aconselhado pela Dona Idalina, a proprietária do restaurante Margarida I (Senhora do Desterro, São Romão), mesmo em frente ao local de culto e onde se come o único bacalhau com amêndoas das redondezas e uma canja de pato memorável.
Próximo objectivo: chegar à Lagoa Comprida e preparar- se para enfrentar o frio num percurso de 5 km que termina no famoso Covão dos Conchos, o buraco mágico que parece obra de outros mundos mas que na realidade é um túnel de betão construído por humanos para escoar a água da Ribeira das Naves. O covão está mesmo junto à margem mas não vale a pena ser ganancioso e aproximar-se demasiado – a neve, quando a há, é fofinha mas o gelo nem por isso... e escorrega que se farta. Apesar de tendencialmente plano, o caminho tem algumas subidas desafiantes, mas nada que não se faça com as sapatilhas certas (e uma garrafa de água para ajudar). A má notícia é que para regressar ao carro, que terá ficado estacionado na Lagoa, são outros 5 km para baixo.