Conhecemos Lou Vives há uma porrada de anos, ainda adolescente, a descobrir a sua voz como cantautor, membro de Ninaz e da Xita Records, baterista de Vaiapraia. Entretanto sumiu de Lisboa e aprofundou a sua prática artística em Amesterdão, reaparecendo cá de vez em quando. Reencontramo-lo agora, em “Ritmos y Poemas”, a primeira exposição individual do seu trabalho em Portugal. Um trabalho visceral e interdisciplinar sobre vidas passadas e as memórias que nos legam, sobre fantasmas e identidades queer, para ver de 15 de Janeiro e 5 de Abril na Kunsthalle Lissabon.
Numa das paredes, encontramos Optimism of the Will (2025), desenho em carvão efémero, que será apagado quando for desmontada a exposição. O seu traço é interrompido e escondido por alguns quadros da série The Drummer (2024), que reimaginam e ficcionalizam capas da revista gay homónima, publicada desde 1975. Num recanto, ouve-se A minha voz antiga (2017), gravação da voz adolescente do autor; enquanto ecoa pela galeria I was at a moment when everything was new (expanded version) (2025), adaptação espectral da peça para bateria e voz Ritmos y Poemas (2024) – fulcral e ausente do corpo expositivo; que foi tocada inauguração e vai ser repetida a meio e no encerramento –, co-produzida por CSX, vulgo Henrique Carvalho Lopes, também conhecido por casaxangai, outrora membro de MEIA/FÉ.