500 anos depois da publicação de Utopia, Thomas More poderia bem dizer que chegámos ao futuro. E ainda assim não parece estar concretizada em lado nenhum a ideia de sociedade justa que descreveu em 1516. “Utopia/Distopia – Mudança de Paradigma” é descrita pelos seus curadores, Pedro Gadanho, João Laia e Susana Ventura, como a primeira exposição-manifesto do museu ao colocar em confronto o entusiasmo com a nova era tecnológica e a disforia trazida pelas crises humanitárias, políticas e ecológicas.
As cerca de 60 obras patentes abrem pela primeira vez ao público a Galeria Principal com publicidade em sinais luminosos, como em Paysage 81, de Alain Bublex (na imagem), ou imagens urbanas feitas de milhares de pontos brancos, como se de uma galáxia se tratasse. A tecnologia é a grande fonte de discussão e pode resumir-se na visão de quem olha do rio para este novo pólo lisboeta: à esquerda, a central termoeléctrica do início do século XX, à direita, o MAAT, uma arquitectura contemporânea quase futurista levanta-se do chão.