Há bons sítios para beber um copo em Campo de Ourique

Esta cooperativa foi criada em 1904 para fabricar pão mais barato para os habitantes da zona. E é, desde 2013, a grande sala de convívio de Campo de Ourique: tem xadrez, matraquilhos, dardos e bebidas a preços convidativos. A Padaria do Povo está sempre cheia em dias de bola e tem um simpático terraço nas traseiras, onde pode organizar o seu jantar de grupo. Porém, se quiser só ir lá beber um copo, também vai ser bem recebido.

Nos anos 70, o fundador Luís Pinto Coelho tinha ali uma loja de antiguidades onde aconteciam tertúlias a favor da revolução. O nome é uma homenagem à revista de sátira de Rafael Bordalo Pinheiro e muitos dos seus desenhos estão nas paredes. Entre os clientes famosos está, por exemplo, José Cardoso Pires que costumava monopolizar o enorme cinzeiro do balcão do bar e enchê-lo de beatas. Tem um ambiente intimista e convida a largas horas de boa conversa.

Quem não sabe ao que vai, arrisca-se a não encontrar o Badassery. Mas está lá, no lugar de uma antiga discoteca angolana, nas traseiras de uma retrosaria – onde não falta sequer uma jovem septuagenária a receber os clientes à entrada. Há dim sum para petiscar, bem como cocktails de autor, cerveja angolana e mais uma quantas bebidas, escolhidas a dedo, para matar a sede e alegrar o bairro.

Os belgas têm o hábito de juntar mexilhões a batatas fritas, comendo tudo à mão, sem cerimónias. O outrora chamado Moules & Beer importou o conceito, juntou-lhe molhos deliciosos com influências de todo o planeta e, inicialmente, uma lista de cervejas de bradar aos céus. Entretanto virou-se mais para o gin, todavia o mexilhão continua na carta.

Esta última é batota, mas tem de ser. As instalações do histórico Campolide Atlético Clube, a apenas 800 metros ou dez minutos a pé de Campo de Ourique, albergam há uns anos este bar e espaço cultural. Aberto de terça-feira a sábado, ocasionalmente com concertos e DJ sets, sempre com gente boa e qualquer coisa a acontecer, é um pólo criativo e ponto de encontro fundamental na noite lisboeta.