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A festa que mudou a noite LGBT do Porto chegou a Lisboa e é um dos pontos altos do programa do Queer Lisboa, na quinta-feira. Falámos com Inês Pando, da organização, e adiantamos-lhe que em Novembro há mais uma festa para apontar na agenda.
As festas do Queer Lisboa são sempre imperdíveis e esta semana bem pode reservar três noites para se desgraçar – já agora, pelo sim, pelo não, é melhor pôr folga na sexta-feira.
Sábado, na festa de encerramento do festival, no Titanic Sur Mer, a realizadora e DJ de Berlim Sky Deep (vem ao Queer apresentar a longa-metragem vampiresco-queer Enactone) é a grande protagonista das despedidas.
Na sexta, o actor porno norte-americano Colby Keller é o centro das atenções de uma noite suada no Construction, mas a verdadeira farra começa antes, na quinta-feira, com o regresso da Groove Ball ao Rive-Rouge.
A festa que nasceu no Porto há seis anos e foi idealizada por Inês Pando e Igor Ribeiro começou por ganhar inspiração em filmes dos anos 90 como Paris is Burning e Party Monster, começa Inês. “Com o tempo e amadurecimento, envolveu-se em muitas outras questões da cultura queer até se tornar no que é hoje”.
Depois de algumas edições mais underground tornou-se uma festa residente nos Maus Hábitos e nessa altura Simone Francisco (que também se junta a Sky Deep na noite de encerramento do festival, no Titanic) começou também a fazer parte da organização.
Música alternativa, voguing, performances de drag queens… Uma lufada de ar fresco na noite do Porto. “Não só na noite LGBT”, sublinha Inês. “O objectivo nunca foi ser uma festa exclusivamente dedicada a uma comunidade, mas antes um espaço livre e aberto a todos. Neste momento cada vez mais se torna possível em várias casas do Porto aquilo que só em espaços como a Groove Ball era possível há uns tempos atrás e esse é o nosso contributo.”
Entre os artistas habitués da festa, destaca-se a performer Camel Toe na cena drag e outros de uma “perspectiva mais interventiva” como Virgin Xtravaganzah ou Lewis G. Burton. “Tentamos reunir artistas de todas as áreas e vertentes cujo corpo de trabalho se identifique com a cultura queer. Por exemplo, o Hard Ton ou a Tami T, ambos músicos, ou a Aurora Pinho, que esteve em residência artística connosco nos últimos seis meses e que trabalha essencialmente no campo da performance.”
Em Março de 2015 fizeram “a primeira tentativa” de levar a festa à capital, com uma noite no Teatro do Bairro. Correu mal. “Alguns problemas técnicos relacionados com a casa acabaram por impedir que tudo acontecesse como planeado”, explica Inês. Aquela que consideram “a verdadeira primeira edição” da Groove Ball em Lisboa aconteceu só em Junho passado, no Rive-Rouge, depois de um convite. “Correu ainda melhor do que esperávamos e veio para ficar.” Ainda bem.
No Porto, a Groove Ball de Outubro serve de festa de encerramento para a terceira edição do Queer, logo no início do mês. Em Lisboa, a festa já ia acontecer no Rive-Rouge e o convite para integrar a programação da 21ª edição do festival de cinema “acabou por surgir naturalmente”. Esta quinta, além do já conhecido concurso de voguing, há dois artistas convidados: Maxi More, artista inglês que será host e DJ, e Marum, do colectivo Rabbit Hole. Aurora Pinho também vai mostrar a performance que andou a desenvolver nos últimos meses para a festa.
Depois disto, resta-nos recuperar a tempo da próxima Groove Ball, “que deverá acontecer em Novembro”.
Quinta, 22.00-04.00, Rive-Rouge (Time Out Market). Grátis